Era o dia 11 de setembro de 1985, por volta das dezanove e trinta. Eu estava a trabalhar na sede do PS em Viseu, na Rua 5 de Outubro, na preparação da campanha eleitoral para as legislativas que iriam ter lugar no dia 6 de outubro. Eu era o sétimo candidato a deputado na lista do PS pelo círculo de Viseu, que era liderada por Armando Lopes (ver nota 1). Mas esta crónica não é para vos falar de memórias partidárias. É para vos falar da minha memória do mais grave acidente ferroviário alguma vez ocorrido em Portugal. Lá estávamos, na sede do PS, na sala da secretaria, quando o silvo estridente de uma ambulância nos ecoou nos tímpanos. Antes de termos tempo de perguntar fosse o que fosse, logo outra se anunciou, e mais outra e muitas mais… Fomos à janela e vimos que eram dos bombeiros de Canas, de Nelas, de Mangualde, de Carregal… de todo o lado. O que se terá passado? Sim, soubemos pouco depois que tinha ocorrido um choque de comboios na linha da Beira Alta. Só isso. Ficámo...
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