Livraria Caixotim, fica na rua do Pina, n.º 16, na capital da Beira Baixa. Fica
no centro da cidade e bem próxima de diversos espaços icónicos de Castelo
Branco, como o Museu Cargaleiro e o Jardim do Paço Episcopal.
Fomos lá a propósito de um recital de poesia, no caso de
Afonso Carrega — pelas vozes de Maria de Lurdes Gouveia Barata, Ana Leal
Oliveira e de Ana Mónica — e de uma exposição de pintura de Joaquim Picado.
Mas não vos vamos falar do evento que, diga-se com inteira
justiça, foi muito agradável e carregado de boas declamações, para além
de uma viagem erudita e sapiente de Paulo Samuel — o orador e moderador — aos
interstícios da poesia, com laivos interpretativos do conteúdo poético do autor
dos poemas.
Vamos falar-vos, isso sim, do espaço. Daquele espaço em
concreto.
Desde logo o nome próprio da livraria, a marca, Caixotim, uma palavra que nos remete
para os processos analógicos de impressão de livros, que Gutenberg inventou. Que
nos leva até às tipografias e aos caixotes tipográficos — caixotins — onde em cada um deles repousavam as letras, sinais de
pontuação e espaços à espera das mãos hábeis e dos olhos de lince dos compositores. Desses mágicos artistas
que com rapidez colocavam, um a um, esses carateres nos componedores — instrumento para a composição manual — onde nasciam
as palavras, linhas e parágrafos, que depois iriam para a forma, coluna ou página, antes de passarem para a impressão.
Caixotim é, pois, um nome fascinante, que se conjuga e casa bem com as caixas das
estantes que cobrem as paredes da livraria, onde podemos ‘dialogar’ com livros
agrupados por temas, autores ou géneros literários.
Sim, são sobretudo livros antigos, aqueles que se nos
oferecem. Edições do século XX, mas também do século XIX, poucas do século XXI.
Livros que, a nós, nos remeteram para um namoro fugaz (uma paixão) por alguns que
tínhamos nas gavetas da memória e que ali nos piscaram o olho.
Ali encontrámos muitos autores clássicos, portugueses e da
Europa. Muitos romances, intemporais. Muitos livros de poesia, de sempre.
Ensaios. Livros de autores locais.
Caixotim é, pois,
muito mais que uma livraria, é um espaço de charme, é um santuário de livros.
Se, pelo susodito, sentir o chamamento, faça-lhe uma visita…
Se não, fique-se pelo Ponto Wine,
ali bem perto e de que falaremos noutras núpcias!
Acácio Pinto, 14 de setembro de 2025
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