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Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

 


As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace.

Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo.

E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo.

Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe.

E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar?

Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos.

Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta.

Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o que nos ampara e nos traz à flor da pele a nossa humanidade!

Nota:

Eu tinha estado, há cerca de um mês, a conversar com o Rafael sobre o trabalho que ele andava a desenvolver, no âmbito da sua licenciatura em História, sobre os tempos da exploração do volfrâmio em Portugal. Concretamente, ele iria falar sobre a exploração do volfrâmio nas minas do Rebentão, na freguesia da Queiriga. Foi a mãe que me perguntou se ele poderia falar comigo. Fi-lo de bom grado e que bem me soube, facultar-lhe alguns elementos e com ele partilhar algumas ideias.

Foi uma excelente conversa. Uma boa troca de pontos de vista com um jovem estudante universitário, com um bom conversador.

Rafael, guardo-te nestas nossas conversas e mensagens e, nelas, guardo também o teu colega David.

Curvo-me perante a morte prematura destes dois conterrâneos!

Acácio Pinto

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