Diário de Viseu 6.05.2015 |
LUSA 05.02.2015 - Deputados do PS perguntaram hoje ao ministro da Saúde se tem
conhecimento da “decisão unilateral, não negociada e muito menos
consensualizada” com a Câmara de Carregal do Sal de reduzir o horário de
funcionamento do centro de saúde.
Na pergunta, os deputados eleitos por Viseu José Junqueiro,
Acácio Pinto e Elza Pais referem que a Câmara de Carregal do Sal foi
confrontada "com a decisão unilateral do Agrupamento de Centros de Saúde
(ACES) Dão Lafões de diminuição de horário de funcionamento do centro de
saúde”.
“A partir de 15 de fevereiro, penalizando a prestação de
serviços aos utentes em duas horas por dia útil e quatro horas por dia aos fins
de semana e feriados, aquela decisão será concretizada”, lamentam.
Ou seja, o centro de saúde (Unidade de Cuidados de Saúde
Personalizados) passará a estar aberto entre as 08:00 e as 18:00 nos dias úteis
e entre as 09:00 e as 17:00 aos sábados, domingos e feriados.
A Câmara de Carregal do Sal teve conhecimento da decisão a
30 de janeiro e questionou o ACES Dão Lafões, tendo, na resposta, sido
confirmada a redução do horário e deixada a promessa de, “na medida do possível
e até ao final do corrente ano, tentar retomar o horário de funcionamento”.
O diretor executivo do ACES Dão Lafões, Luís Soveral
Botelho, explicou que a UCSP de Carregal do Sal dispõe de cinco médicos, um dos
quais em permanência na extensão de Cabanas de Viriato.
“A manutenção deste horário de funcionamento traduz-se em
desgaste para todos os profissionais da UCSP de Carregal do Sal, designadamente
para os médicos que aí prestam serviço, sendo que, desde o mês de agosto de
2014, vêm manifestando claros sinais de fadiga”, contou.
Segundo Luís Soveral Botelho, “a manutenção do horário de
funcionamento implicaria o reforço da equipa com a entrada de mais um médico, o
que não se tem afigurado possível até ao momento”.
Os deputados do PS alegam que “para um governo que publicita
tanto a contratação de médicos e demais profissionais de saúde não se percebe
que entre a teoria e a realidade não exista correspondência”.
“E menos se entende que pela falta de um único médico todo o
atendimento devido aos utentes seja desqualificado e posto em causa”,
acrescentam.
Por isso, os deputados querem saber se o ministro conhece
esta decisão e se a apoia.
“Se não apoiar, compromete-se a manter - no imediato - o
atual horário de atendimento e a decidir autorizar a colocação de mais um
médico, entre os dois mil que diz estar a contratar, neste centro de saúde?”,
questionam.
A Câmara de Carregal do Sal prometeu “continuar a envidar
todos os esforços para que os seus munícipes continuem a poder utilizar os
serviços de saúde nos horários em vigor”.
AMF // SSS