“Esta política de austeridade fracassou: não produziu os resultados
desejados e, pelo contrário, demonstra bem que contribui dia após dia para o
enfraquecimento da nossa economia. Ao enfraquecer a nossa economia, agrava as
nossas próprias condições financeiras”, alegou.
Depois de uma reunião com empresários do concelho de
Mangualde e visita a duas fábricas de confeções locais, o líder socialista
sublinhou a importância do país se focar no que considera essencial: a
produção.
“Como tenho insistido, temos de nos focar no que é
essencial, que é produzir, criar riqueza, mobilizar empresas e pessoas para
este esforço de produção e crescimento. Sem isso só teremos más notícias sobre
a evolução da situação financeira”, disse.
No dia em que o Banco de Portugal (BdP) divulgou que a
dívida das administrações públicas na ótica de Maastricht fixou-se em 128,7% do
PIB em 2014, acima do verificado em 2013 e da meta fixada pelo Governo para o
ano passado, António Costa frisou a necessidade de se mudar de estratégia.
“Quando ouvimos as notícias que o Banco de Portugal nos dá,
concluímos sempre o mesmo: esta política falhou e, se queremos ter menos dívida
pública e mais crescimento económico, temos de mudar de política”.
Aos jornalistas evidenciou que a grande meta do Governo, que
passava por reduzir a dívida pública, “é contrariada pelos números” que se vão
sabendo.
“Temos de mudar de estratégia e essa estratégia passa por
termos concentração relativamente aquilo que é essencial: produzir e, para
isso, é necessário melhorar as expetativas dos nossos agentes económicos,
melhorar as condições para as empresas se poderem capitalizar e terem condições
para investir e podermos retomar uma trajetória de convergência e de coesão com
a União Europeia”, referiu.
Na sua opinião, a valorização do território é “absolutamente
essencial” para a mudança.
“Não podemos continuar a desperdiçar uma área fundamental do
país, onde há um enorme potencial, quer do setor primário, terciário, quer do
setor industrial, e afirmar todo este território como uma grande plataforma da
nossa projeção no mercado global e, desde logo, no mercado ibérico e no mercado
europeu”, acrescentou.
Na sua passagem pelo concelho de Mangualde, no âmbito do
roteiro que tem realizado sobre a valorização do território e a promoção do
investimento, António Costa frisou ainda que “não se pode continuar a
desperdiçar uma parte importantíssima do território, que é a que está mais
próxima do coração do mercado ibérico e tem enorme potencial de produção”.»