O relatório publicado, recentemente, pelo grupo de trabalho
que estudou as infraestruturas de elevado valor acrescentado (IEVA ) reconheceu
o óbvio: que a autoestrada Viseu-Coimbra, em substituição do atual IP3, é uma
obra prioritária.
Mas, afinal, quem tinha dúvidas?
Na região de Viseu e de Coimbra entendemos que ninguém, nem
autarcas, nem empresários, com exceção de alguns que há uns meses atrás vieram
falar de uma via “low cost”, com faixa de lentos, entre estas duas capitais de
distrito. Ou seja, precisamente os mesmos que, há três anos atrás, enchiam a
boca com a urgência desta via e que, por sê-lo, o governo anterior chegou mesmo
a lançar o seu concurso.
Portanto, do que se trata não é de construir uma “viazinha”
que ligue duas grandes cidades regionais. Do que se trata é de dar coerência
estratégia às acessibilidades principais do nosso país e concluir os itinerários
que são cruciais para a coesão territorial e para reduzir a sinistralidade de
uma via hoje emparedada. Afinal, do que se trata, é do desenvolvimento da
região e da conclusão da A24, que vem de Espanha, a norte, de Vila Real, de
Lamego, e que precisa a sul, a partir de Viseu, de chegar a Coimbra e à
Figueira da Foz (este último troço final efetuado).
Aqui chegados, e sendo todos conhecedores de todo o
histórico sobre esta matéria, deixemo-nos de retóricas partidárias, de truques
políticos, de conversa fiada. Aquilo que se espera de quem tem a tutela sobre
este dossier, do governo, é que execute este eixo de Viseu a Coimbra com a
máxima das prioridades.
E se a tutela, ou o grupo de trabalho IEVA, ou os tais que
defendem a via “low cost” ainda tiveram alguma dúvida sobre a urgência deste
eixo (em autoestrada) bastará que mandem fazer um mapa de Portugal com as
acessibilidades existentes entre as cidades médias de maior dimensão e perceberão,
de imediato, que há uma lacuna estrutural nesse mapa de Portugal, que é a falta
de uma ligação, por autoestrada, entre duas dessas cidades portuguesas, entre Viseu
e Coimbra.
Este estudo sobre os IEVA chega, pois, atrasado. Atrasado em
mais de dois anos e meio. Foram mais de trinta meses perdidos em que estivemos
neste purgatório do atual IP3.
E o que queremos não é muito. O que queremos é que se olhe para a região centro, para uma região que a oeste tem portos marítimos e a este tem a Espanha, uma porta para a Europa, e que se lhe dê a coerência que lhe falta em termos de itinerários rodoviários. Por um lado um novo IP3 e, por outro, as complementaridades que lhe são conexas: a conclusão do IC12 e uma estratégia de acessibilidades para a serra da Estrela.
E o que queremos não é muito. O que queremos é que se olhe para a região centro, para uma região que a oeste tem portos marítimos e a este tem a Espanha, uma porta para a Europa, e que se lhe dê a coerência que lhe falta em termos de itinerários rodoviários. Por um lado um novo IP3 e, por outro, as complementaridades que lhe são conexas: a conclusão do IC12 e uma estratégia de acessibilidades para a serra da Estrela.
Acácio Pinto
Rua Direita | Diário de Viseu