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Mensagens

A mostrar mensagens de 2025

Aprovado o quadro da Polícia Municipal de Sátão: 12 zeladores e 24 guardas

  Foi aprovado “o quadro da polícia municipal do concelho de Satam” constituído por “doze zeladores e vinte e quatro guardas campestres, remunerados somente com a parte que lhes competir no producto das multas”. Este quadro foi aprovado pelo Presidente do Conselho de Ministros, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino e o Rei D. Manuel II entendeu por bem promulgar em 17 de junho de 1909.

Acácio Pinto venceu prémio literário das Bibliotecas Viseu Dão Lafões

  Acácio Pinto foi distinguido no dia 29 de maio com o prémio literário (prosa) relativo ao primeiro concurso de escrita criativa promovido pela Rede Intermunicipal de Bibliotecas Viseu Dão Lafões (RIBVDL). Vítor Figueiredo, na qualidade de presidente do Município de São Pedro do Sul e de vice-presidente da CIM Viseu Dão Lafões, foi o anfitrião deste momento que decorreu no antigo estabelecimento prisional local, exemplarmente requalificado para Biblioteca Municipal e Centro Cultural. O desafio colocado aos candidatos era escrever um texto original subordinado ao tema “Encantos da Nossa Terra”, com o objetivo de incentivar o gosto pela escrita e criação literária e de estimular a criatividade e imaginação através da escrita. O concurso dirigiu-se a todos os cidadãos interessados, desde que residissem no território da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões e apresentassem textos originais em língua portuguesa em prosa ou em poesia. Acácio Pinto foi o vencedor desta prime...

Figueira da Foz | “A Corrida Mais Bonita de Portugal”? Sim. E no resto ano?

Foto: Município da Figueira da Foz “A Corrida Mais Bonita de Portugal”? Sim. E no resto ano? Concordo com o nome encontrado pela organização para traduzir, de forma apelativa, a corrida/caminhada que se realizou, pela segunda vez, neste fim de semana entre a Praia de Quiaios e a Figueira da Foz. Tratou-se de “A Corrida Mais Bonita de Portugal”. Porém, não compreendo a contradição que tal nome encerra. Trata-se mesmo de um paradoxo. Ou seja, a organização, a cargo do município da Figueira da Foz , adotou um nome (o melhor nome que poderia, sem dúvida!) só que inconsequente nos restantes dias do ano. E passo a explicar o meu ponto. Recuemos quatro anos, a 2021, quando por opção do município (não importa para aqui quem verdadeiramente tomou a decisão ou quem a executou), aquele percurso marginal, de rara e soberba beleza, entre a Murtinheira e o Farol, foi pavimentado. E, desde tal decisão, aquele trajeto, ou aquele trilho, que precisava de facto de uma requalificação, ficou exclu...

Acácio Pinto, em luta pela palavra

Texto de José Lapa , publicado no jornal Via Rápida , 15.05.2025  Nestas coisas da escrita, lembro-me muito de Adília Lopes: «Nada te turbe / Nada de espante ». Talvez a escrita se inicie aqui, apesar de ser difícil percebê-la na sua origem, lá bem no fundo das nossas motivações, desejos ou missões. Do fluxo memorial desagua-me também Vergílio Ferreira, logo ele que dizia ter vindo para se desassossegar e nos desassossegar: « Da minha língua vê-se o mar ». E, no desassossego, pulsa e vive a pátria, esse extenso domínio da língua, como escreveu Pessoa. Acácio Pinto, anda de escola em escola, a falar dos seus livros, nomeadamente dos últimos: O Volframista (2023) e  O Leitor de Dicionários (2024). Dois textos que marcam preocupações sociais e culturais do autor, ou seja, humanistas. Acácio Pinto, é um escritor de missão, por isso, e tenta semear a palavra e a leitura, como kit de sobrevivência para tempos sem espanto e onde a língua mirra tida por desnecessária, as tecnolo...

Crónica em três atos | Ato 1: Do que fomos, do que somos

  Desde a antiguidade que somos um povo de marinheiros. Um povo com vocação marítima. Ou não vivêssemos nós paredes meias com o mar imenso. Com essa autoestrada sem fim que outrora nos levou até aos novos mundos do Mundo. Somos um jardim à beira mar plantado neste sudoeste da Europa continental. Um território com múltiplos pés espalhados pelo oceano, que se nos oferta defronte, quais atlânticos arquipélagos tão nossos, quanto este retângulo tão deles. Uma terra múltipla e com uma alma infindamente grande. Podemos afirmar que somos uma nação milenar e una. Tão una! Sem ruturas identitárias. Com uma identidade plena. Todos identificados com os seus mais fortes símbolos. Simbolismos. Hino. Bandeira. Quiçá, cultura. Dentro da qual todos cabemos, à vontade. No passado, longo de séculos, fomos mais monárquicos. Hoje somos mais republicanos. Ontem estivemos subjugados e oprimidos. Agora vivemos sob os (bons) ditames do voto livre. Fomos governados por aqueles. E nestes tempos de pro...

Análise de "O Volframista" pelo Tiago Marques, aluno do 12.º ano, de Sátão

  No dia 7 de maio fui falar sobre o meu livro O Volframista à Biblioteca da Escola Secundária de Sátão, para uma turma do 12.º ano. Nesse dia decidi sortear pelos alunos um livro, tendo sido contemplado o Tiago Marques que agora me remeteu a sua análise. Um agradecimento ao Tiago Marques e às professoras que me convidaram para falar com os seus alunos. Eis a análise do Tiago: O Volframista, de Acácio Pinto, é um romance histórico que transporta o leitor para o Portugal rural da década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. A obra centra-se na figura de Abel Fernandes, um trabalhador rural que, em busca de uma vida melhor, envolve-se no lucrativo e clandestino comércio de volfrâmio, mineral estratégico utilizado na indústria armamentista. A narrativa explora as consequências desse envolvimento, incluindo ascensão social, amores proibidos, corrupção e tragédias pessoais. Contexto histórico e enraizamento local A história é ambientada nas regiões rurais e mineiras de ...

Abordei o contexto histórico de O Volframista em congresso de ex-mineiros

A convite da organização efetuei no dia 31 de maio uma comunicação ao 3º Congresso da ATMU ( Associação dos ex-Trabalhadores das Minasde Urânio ). Esta iniciativa dos ex-mineiros teve lugar na Urgeiriça, Canas de Senhorim, concelho de Nelas, e contou com diversas intervenções de pessoas oriundas de diversas antigas minas. No meu caso, integrado no painel de História, abordei, a partir do romance O Volframista o contexto histórico político e social da corrida ao ouro negro que teve lugar em Portugal, nomeadamente aquando da Segunda Guerra Mundial. Não deixei de circunstanciar o contexto da exploração e da comercialização de volfrâmio por parte do governo de Salazar aos ingleses e aos alemães bem como o intenso negócio clandestino de volfrâmio no mercado paralelo. Deixei uma breve pincelada sobre o aumento da procura que está a ocorrer atualmente no mundo, deste metal, fruto da escalada armamentista que estamos a viver. Este congresso contou com a presença de Ferro Rodrigues no s...

Diz o povo. Provérbios de junho

  Junho, foice em punho. Junho calmoso, ano formoso. Para junho guarda um toco e uma pinha e a velha que o dizia guardados os tinha. Junho abafadiço sai a abelha do cortiço. PROVÉRBIOS NESTE SITE | E NESTE

Análise de "O Volframista" pelo Rodrigo Santos, aluno do 9.º Ano, em Sátão

  Quando fui falar sobre O Volframista à Biblioteca da EscolaSecundária de Sátão sorteei um livro pelos alunos do 9.°D com a condição de o aluno a quem saísse o livro ter de efetuar uma breve resenha do mesmo após a sua leitura. Por sorteio, o contemplado foi o Rodrigo Santos que, passadas poucas semanas e em cumprimento do compromisso me fez chegar um texto delicioso que publico de seguida. Um agradecimento ao Rodrigo Santos e às professoras que me convidaram para falar com os seus alunos. “Achei a leitura interessante porque apresenta uma parte da história de Portugal que normalmente não vemos com tanto detalhe. A descrição da vida nas aldeias, o medo causado pela ditadura e as dificuldades das pessoas tornam a história muito realista. Os personagens estão bem construídos e sentimos empatia por eles, mesmo quando tomam decisões erradas.   A escrita é clara e acessível, o que facilita a leitura. Além disso, gostei da forma como o senhor conseguiu ensinar história de ...

“A Casa Morreu” é o novo projeto da Amarelo Silvestre

  “A habitação não anda direita, apesar de ser um direito”. De facto não. E não porque “há tanta gente sem casa e tantas casas sem gente”. Pode-se dizer que é em torno disto, da falta de habitação e do negócio imobiliário que este projeto da Amarelo Silvestre, de Canas de Senhorim, se move. E move-se bem. Com três atores em palco e uma vasta equipa em bastidores, este projeto de teatro e de fotografia vai colocando o dedo na ferida de um problema que a política e os políticos não resolvem, não têm resolvido. Nenhum. O secretário, a tesoureira, o vereador, o presidente, a primeira-ministra, a casa da democracia… Ninguém. Não é fácil ser poeta em tempo de prosa, mas gostei do murro, dos murros no estômago que levei, que levamos ao longo de 75 minutos: deixem legislar os poetas; quem não casa também quer casa; a casa lar; desejo despejo; camas quentes … Que belo olhar artístico nos traz este Diário de uma República III, depois de no Diário de uma República I e Diário de uma Re...

A aventura da passagem de António Guterres pelo Sátão

  Corria o ano de 1995. Era ano de eleições legislativas, depois de Cavaco Silva ocupar a cadeira de primeiro-ministro há dez anos consecutivos. António Guterres, o secretário-geral do PS, para tomar o pulso ao país, decidiu organizar uma caravana que desse a volta a Portugal. Designada “Por uma nova maioria”, essa caravana era constituída por um autocarro onde se deslocava António Guterres, vários dirigentes socialistas e jornalistas dos diversos órgãos de comunicação social. Em cada distrito, a caravana era acompanhada por carros dos socialistas locais, que se lhe juntavam. No distrito de Viseu, o traçado, previamente elaborado, não integrava a passagem pelo concelho de Sátão. A caravana vinha de Lamego e Moimenta da Beira, passava por Vila Nova de Paiva e dirigia-se a Viseu onde haveria um almoço com os comerciantes, na Federação dos Vinhos. Os socialistas de Sátão, face à exclusão do seu concelho do itinerário, revoltaram-se e começaram a manifestar o seu descontentamento...

O povo falou. Resta aos democratas aceitar

  O povo falou. Resta aos democratas aceitar. Uma saudação à AD pela vitória e ao Chega pela subida inequívoca. À IL e ao Livre um elogio pelo seu desempenho eleitoral. Ao PS, o meu partido, resta saber interpretar os maus resultados que obteve com a certeza de que o eleitorado soberanamente decidiu. Pedro Nuno Santos, que daqui saúdo, já extraiu as suas ilações. Outros o façam. Uns para se posicionarem como candidatos, outros para perceberem que estes tempos são diferentes. A estratégia política para o próximo futuro (médio prazo), em minha opinião, deve “Deixar o Luís trabalhar”. O meu compromisso cívico e político continuará a ser com a liberdade, a democracia, a solidariedade e a responsabilidade social, a economia de mercado, o forte apoio ao interior (a bem do litoral, diga-se), a justiça fiscal… e tudo isto dentro dos valores do respeito pela dignidade humana. Acácio Pinto 19.03.2025

O Cardeal de Nepomuceno, um policial excessivamente intrincado

Conhecia o Nuno Nepomuceno das redes sociais e das inúmeras vezes que o algoritmo me mostrava os seus livros. E como “água mole em pedra dura tanto dá até que fura”, chegou o momento de ler uma das suas obras. O Cardeal . Trata-se de livro que vou considerar, dentro da ficção, como um policial, cheio de suspense e de mistério, escrito com reconhecida fluência por alguém que se percebe, desde o início, dominar eximiamente este tipo de escrita. É uma empolgante narrativa onde o autor vai libertando gradualmente diversos elementos e pormenores que visam prender o leitor relativamente a crimes que aconteceram em Cambridge e no Vaticano. Direi mesmo que o intrincado das causas dos crimes e as conexões estabelecidas entre eles são, em minha opinião, ilimitada e excessivamente criativas. Para quem gostar de policiais, de urdiduras complexas, de cenas com alguma dose de surrealismo, tem aqui uma obra para ler. TÍTULO: O Cardela AUTOR: Nuno Nepomuceno EDIÇÃO: Autor e Cultura Edit...

Qualidade de Ouro para a praia do Trabulo

  Foto: Letras e Conteúdos A praia do Trabulo foi mais uma vez distinguida com o galardão “Praia com Qualidade de Ouro 2025”. A distinção foi atribuída pela Quercus a 425 praias das quais 363 são costeiras e 48 são interiores. No distrito de Viseu, das cinco interiores que foram distinguidas uma é do concelho de Sátão, a praia fluvial do Trabulo, no rio Vouga.   As restantes são: A Praia da Carriça, em Oliveira de Frades; a Senhora da Ribeira, em Santa Comba Dão; a de São João do Monte, em Tondela; a de Segões, em Moimenta da Beira. Este galardão, “Praia com Qualidade de Ouro”, é atribuído anualmente pela Quercus e distingue a qualidade da água balnear das praias de portuguesas, com base, exclusivamente, em análises efetuadas nos laboratórios das diferentes Administrações Regionais Hidrográficas.

Maldito Minério: uma novela rural com volfrâmio à mistura

  Acabei de ler o livro maldito minério , de A. F. Caseiro Marques. Trata-se de uma novela passada em contexto marcadamente rural que nos transporta aos tempos da exploração de volfrâmio em Portugal. Aos tempos da febre do ouro negro. Era um livro que andava para ler desde que O Volframista ganhou o prémio literário cónego Albano Martins de Sousa em 2022, quando, nessa ocasião, um dos elementos do júri, Carlos Paixão , se referira a ele. É bem verdade que, não ocupando o volfrâmio o cerne da narrativa, ele serviu para que o autor nos trouxesse um sem fim de histórias de aldeias bem do interior Portugal. Distribuídas, principalmente, pelos concelhos de Aguiar da Beira, Trancoso, Celorico da Beira e Fornos de Algodres, o grosso da ficção está ancorado na aldeia de Carapito. O centro da narrativa desenvolve-se numa viagem de comboio que a personagem principal, Francisco, efetuou desde a estação de Celorico da Beira até Coimbra. E é exatamente durante esta viagem, numa carruagem...

Eucalipto de Contige imortalizado em livro

  EUCALIPTO DE CONTIGE – Árvore Portuguesa Do Ano 2023 é o título do livro escrito por Carlos Paixão que visa celebrar a árvore que há dois anos se sagrou vencedora do concurso de árvore nacional desse ano. Apresentada na associação de Contige, nesta sexta-feira, 9 de maio, dia em que se assinalam 914 anos do foral de Sátão, esta publicação foi editada pela Junta de Freguesia de Sátão. Neste livro, o autor traça na primeira parte o processo da candidatura e da eleição como árvore nacional e na segunda parte apresenta memórias / depoimentos de pessoas de, ou com ligações a, Contige sobre o eucalipto, desde a plantação, que remonta ao século XIX, até acontecimentos vários durante o século XX e atualidade. Recorde-se que o eucalipto de Contige foi considerada a maior árvore classificada de Portugal pela Universidade de Aveiro e foi candidata a Árvore Europeia do ano 2023 . Com esta edição ficamos com um livro que imortaliza o eucalipto de Contige e lega às gerações vindo...

Acácio Pinto apresentou O Volframista a alunos de Sátão

  Nesta quarta-feira, dia 7 de maio, Acácio Pinto efetuou duas sessões de apresentação do romance O Volframista na Biblioteca da Escola Secundária Frei Rosa Viterbo de Sátão, uma para alunos do 12.º ano e outra para alunos do 9.º ano. Enquadrada na programação da biblioteca, esta iniciativa contou com o apoio das professoras de História, Augusta Meireles e Conceição Lima, bem como da bibliotecária, a professora Céu Cunha. O autor começou por efetuar a contextualização política, social e económica de Portugal, nos anos 40 do século XX. Nessa época o nosso país foi assolado por uma intensa exploração de volfrâmio (ou tungsténio) cujo destino eram as indústrias de armamento alemã e britânica, os dois principais contendores da Segunda Guerra Mundial. Segundo Acácio Pinto, a trama do romance O Volframista desenrola-se neste contexto de grande procura de volfrâmio. E foi assim, no negócio do ouro negro, como era chamado, que a personagem principal enriqueceu rapidamente mas, frut...

A Festa dos “cantarinhos floridos” de Quiaios

  Bem sei que são mais conhecidos por “potes floridos”, mas gostei particularmente de lhe ter ouvido chamar “cantarinhos”. - Cantarinhos ou cantarinhas? – questionei, eu. - Cantarinhas é em Buarcos, aqui são os cantarinhos – disse-me a minha interlocutora, com a experiente certeza dos muitos anos já vividos. Foi, pois, no dia 1 de maio deste ano que fui surpreendido por uma deliciosa ‘manifestação’ de mulheres com cantarinhos floridos à cabeça, pelas ruas da vila de Quiaios. O ritmo, mais de marcha ou de valsa, era marcado pela tuna que acompanhava aquela arruada. Apreciei, mais de perto, pouco depois, todo aquele aparato no largo padre Costa e Silva. As mulheres, as crianças, os cantarinhos e os inúmeros cestos com flores. Os cantarinhos, o centro de todo aquele décor , ostentavam exteriormente arranjos florais sofisticadíssimos, quais vestes domingueiras feitas em segredo, brotando do seu interior flores diversas. E se os cravos dominavam, por lá também havia estrel...

Diz o Povo. Provérbios de maio

  Em Abril, queima o velho o carro e o carril e uma camba que guardou, ainda em Maio a queimou. Maio hortelão, muita palha e pouco grão. Maio pardo e ventoso faz o ano formoso. Em abril dorme o criado mandrião, e em maio dorme o criado e o patrão. Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira. Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.

O Leitor de Dicionários foi apresentado em Aguiar da Beira

  No início da tarde de 29 de abril, teve lugar no Agrupamento de Escolas de Aguiar da Beira, mais uma sessão integrada na iniciativa Literatura Viva. Desta feita, o convidado foi Acácio Pinto que apresentou aos presentes, alunos e professores, o seu último romance O Leitor de Dicionários . Esclarecendo que era um romance que atravessava os últimos 60 anos, o autor deixou algumas características geográficas e temporais sobre a narrativa. Igualmente traçou de forma sucinta o perfil psicológico da personagem principal, Alberto, um estudante aplicado e depois um professor sempre insatisfeito com os seus conhecimentos. O autor desafiou ainda os alunos a efetuarem a pesquisa de uma palavra no Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, da 5ª edição. Este foi o mesmo dicionário que a personagem principal do livro utilizou para as suas pesquisas. O Bruno, que se disponibilizou para tal, encontrou a palavra proposta, otorrinolaringologista, em 1'40". De seguida, no telemóvel,...

Crónica de uma manhã de Abril de há 51 anos

  Acácio Pinto com uma t-shirt vermelha em que se pode ler “O general do povo” (junho de 1974) A carreira das nove, como era conhecida, apesar do seu horário ser às nove menos dez, subia vagarosamente de Douro-Calvo para a Rãs. Naquele troço, a estrada tinha um acentuado declive e do motor, ruidoso e em esforço, saía pelo cano de escape uma grande fumarada negra. Era tempo de pegar na mala dos livros e no cesto de vime com o almoço e esperar a sua iminente chegada para mais uma viagem. O ritual era todos os dias o mesmo, desde há cinco anos. Ir de Rãs para o colégio de Aguiar da Beira, de manhã, e fazer o sentido inverso ao final da tarde. Até àquele momento, aquela quinta-feira, 25 de abril de 1974, fora em tudo igual às demais. A minha mãe levantara-se às 6 da manhã, para acomodar os porcos e as cabras, para abrir as galinhas e para fazer o almoço que eu teria de levar para o colégio. Depois, às oito menos um quarto, acordava-me, mas era rara a vez em que eu me levantava à pr...

De forma surpreendente, mas não de todo inesperada, faleceu o Papa

  Texto de Louro de Carvalho Aparecera, de súbito, na celebração da Eucaristia que marcou o Jubileu dos Doentes, na celebração do Domingo de Ramos, numa visita, sem as vestes papais, às obras de beneficiação da zona do altar da Cátedra, na Basílica de São Pedro, visitou a prisão Regina Caeli, onde assistiu à missa, com o rito do Lava-pés, recebeu a visita de Carlos III e a do James David Vance e pronunciou a bênção Urbi et Orbi no Domingo de Páscoa, embora o texto da sua mensagem tenha sido lido por um dos prelados da Casa Pontifícia. Entretanto, a partir das 7h35 da manhã desta Segunda-Feira de Páscoa, a notícia vou pelo Mundo inteiro: “Morreu Papa Francisco, aos 88 anos de idade.” De imediato, começaram a surgir, na comunicação social e nas redes sociais, os ecos da notícia e as reações à morte do Sumo Pontífice, em geral, de elogio ao seu perfil humano e eclesial, assim como à sua obra eclesial e política. Os testemunhos vêm de chefes de Estado e de Governo, de líderes re...

O Leitor de Dicionários: um livro que é um passeio

  Retirado do Instagram de Carina Carvalho (foto e texto). O Leitor de Dicionários: um livro que é um passeio!  Durante a leitura deste livro, o que mais me cativou foi a referência a inúmeros lugares emblemáticos da região de Viseu e de Coimbra. O autor consegue, ao longo da narrativa, transportar-nos para diferentes cenários. Graças à sua exímia descrição, faz-nos regredir no tempo e quase conseguimos ver e tocar nas personagens. Alguns destes lugares são do meu conhecimento e nunca mais os olharei da mesma forma, outros não são, mas desejo conhecer alguns, em breve.  Da próxima vez que passar na Livraria Almedina ou subir os 125 degraus das escadas monumentais, em Coimbra, certamente me lembrarei de Alberto; ao passar na Pastelaria Horta, em Viseu, estarei atenta aos ferros forjados da porta e dos gradeamentos, para comprovar se são, de facto, obras de arte e se o seu executor é merecedor do título de Poeta do Ferro, que Ihe foi atribuído por Aquilino Ribeiro; p...

O dia 17 de abril de 1969 em O Leitor de Dicionários

Passam hoje 56 anos sobre a crise académica de Coimbra, cujo detonador aconteceu no dia 17 de Abril de 1969. Esteve no epicenteo dessa crise o então presidente da AAC, Alberto Martins.  Recordamos aqui hoje esse dia, tão relevante para a academia e para o combate ao regime em vigor, porque ele tem eco no romance O LEITOR DE DICIONÁRIOS. Eis o excerto: Aconteceu no dia 17 de abril, após a inauguração do Departamento de Matemática da Universidade. O presidente da Associação Académica, o estudante de Direito Alberto Martins, subiu para uma cadeira e, com a capa negra aos ombros, ante o presidente da República, Américo Tomás, e o ministro da Educação, José Hermano Saraiva, disse, – Em nome dos estudantes de Coimbra, peço a palavra. E pediu, mas a palavra não lhe foi concedida. E, à saída da comitiva, na Praça D. Dinis, as vaias não se fizeram esperar. Para Alberto Martins, a consequência daquele ato subversivo foi a sua detenção, indo passar a noite à cadeia, o que agravou ainda mais a...

Ainda, a propósito de Nossa Senhora da Penha do Vouga ou Penavouga

Em julho de 2024 escrevemos uma crónica sob o título Nossa Senhora da Penha do Vouga e as ruínasde “Penavouga” , em que, depois de uma visita que efetuámos ao local, apresentámos alguns excertos do livro do padre Albano Martins de Sousa, Terras do Concelho de Sátão e do livro de Aquilino Ribeiro, Geografia Sentimental . Nele referimo-nos às questões ligadas ao espólio dessa ermida que se encontra, atualmente, na igreja de Águas Boas, nomeadamente a imagem de Nossa Senhora da Penha do Vouga, venerada pela população desta aldeia, anualmente, no final do mês de julho. Eis que agora, no âmbito de outras leituras, nos deparámos com as Memórias Paroquiais de Ferreira de Aves de 1758, onde encontrámos uma nova alusão a tal ermida que, à época, estava integrada na freguesia e no concelho de Ferreira de Aves. Reza assim o excerto, “Tem esta freguezia varias ermidas, a saber, Nossa Senhora da Penha de Bouga, que está em huma penha mui levantada e hé de muita romaria e concurso.” Não r...

Maria Leonor, de novo convocada para a seleção nacional de sub-16

  A Maria Leonor Rodrigues foi minha aluna em Ferreira de Aves, na Escola Básica, nos 7º, 8º e 9º ano de escolaridade, na disciplina de Geografia. É, pois, com natural agrado e com uma pontinha de orgulho que continuo a acompanhar a sua carreira futebolística a nível de clubes (representando atualmente o SCP) mas sobretudo a nível da seleção nacional onde ela tem vindo a dar o seu contributo, há alguns anos a esta parte, com a sua participação em diversos torneios em vários locais do mundo. Desta feita foi chamada à seleção de sub-16 feminina de futebol de Portugal, para jogar um torneio de preparação em França, em Montaigu - Nantes, entre os dias 14 e 18 de abril. Neste torneio Portugal irá defrontar a França, o Japão e a Inglaterra. Acresce dizer que a conciliação entre os estudos e o futebol, como constatei, tem vindo a ser uma preocupação dos clubes e da seleção, que lhes vai prestando alguma tutoria em articulação com os professores das disciplinas.  Votos do...