Viseu dos anos 60 e 70 esteve no centro da apresentação do romance O Leitor de Dicionários.
Em articulação com a livraria Libros & Libros teve lugar
naquele espaço comercial, na rua do Comércio, em Viseu, a apresentação, pelo
autor, do livro O Leitor de Dicionários.
Tendo por base o grande destaque que no romance se dá à cidade de Viseu
dos anos 60 e 70 do século passado, o autor, Acácio Pinto, focou-se
essencialmente nesse aspeto.
Colocando-se na ‘pele’ de Alberto Suídas, a personagem
principal, o autor efetuou uma incursão pelo Liceu Nacional de Viseu, que juntamente com a Escola Comercial e Industrial de Viseu eram as duas referências da cidade. O liceu foi a escola de Suídas, primeiro, como estudante, anos 60, e depois como
professor, a partir de 1975, quando na mesma se viviam tempos revolucionários, que levaram à destruição
da frase de Salazar “a escola é a sagrada oficina das almas”. Igualmente, foi
nesse tempo que se efetuou a mudança de nome do liceu, de que veio a resultar o
atual nome Escola Secundária Alves Martins.
Nesta viagem passou-se pelo Parque da Cidade, pela rua
Formosa e pelo Salão de Chá Horta, onde se iniciou um namoro que haveria de
resultar em casamento, entre os professores Suídas e Felismina. Convém referir
que da rua Formosa dos anos 70, no romance, ainda são referenciadas a Farmácia
Confiança, o Banco Viseense, o Café Santa Cruz e a Pastelaria Santos.
Mas o livro leva-nos também ao “arranha-céus”, construído em
1959, prédio onde Suídas ficou hospedado, à avenida Salazar (hoje 25 de
abril) e ao Hotel Grão Vasco, onde teve lugar o casamento. As agências de
viagens Novo Mundo e Barbosa, esta ainda hoje existente, os autocarros Coche da
Beira, que efetuavam as viagens de Viseu para Lisboa e vice-versa, as
papelarias Lúmen e Ferrão, onde ele comprou, respetivamente, a 5.ª edição do
dicionário da Porto Editora e a pasta de cabedal, foram outros locais que ele
frequentou.
No final, as pessoas presentes, deixaram alguns comentários
e colocaram questões relacionadas com o livro e com o processo de escrita,
disponibilizando-se o autor para uma sessão de autógrafos.
Nota: A sessão teve lugar no dia 16 de julho, dia em que faleceu José Junqueiro, pelo que o autor iniciou a sessão com a expressão da sua sentida dor pela partida de um seu grande amigo e de um singular viseense que muito teria gostado de ali marcar presença e de partilhar a sua visão da cidade desses tempos.