Acabei de ler o livro maldito minério, de A. F. Caseiro Marques. Trata-se de uma novela passada em contexto marcadamente rural que nos transporta aos tempos da exploração de volfrâmio em Portugal. Aos tempos da febre do ouro negro. Era um livro que andava para ler desde que O Volframista ganhou o prémio literário cónego Albano Martins de Sousa em 2022, quando, nessa ocasião, um dos elementos do júri, Carlos Paixão, se referira a ele.
É bem verdade que, não ocupando o volfrâmio o cerne da narrativa, ele serviu para que o autor nos trouxesse um sem fim de histórias de aldeias bem do interior Portugal. Distribuídas, principalmente, pelos concelhos de Aguiar da Beira, Trancoso, Celorico da Beira e Fornos de Algodres, o grosso da ficção está ancorado na aldeia de Carapito.
O centro da narrativa desenvolve-se numa viagem de comboio
que a personagem principal, Francisco, efetuou desde a estação de Celorico da
Beira até Coimbra. E é exatamente durante esta viagem, numa carruagem de
terceira classe, que nós vamos sendo conduzidos nesta novela, cuja edição
pertenceu ao Clube Cultural e Recreativo de Carapito.
O leitor é confrontado ao longo do texto com uma linguagem marcadamente popular e com termos e expressões fortemente ligadas à Beira Alta.
TÍTULO: Maldito Minério
AUTOR: A. F. Caseiro Marques
EDIÇÃO: 1.ª – dezembro de 1999
PÁGINAS: 96
Recensão | Acácio Pinto | maio de 2025