Teresa Adão; Ana Maria Madureira; Carlos Torres; Acácio Pinto |
A ocasião não podia ter sido mais feliz, dando-se a coincidência
de à hora marcada para início da sessão de apresentação do livro ter acontecido
o cantar dos reis à FLL por parte da Sociedade Filarmónica de Cabanas de
Viriato, através da banda filarmónica e de elementos do grupo de danças e
cantares e do grupo de cantares tradicionais.
Tendo o cantar dos reis decorrido na rua, frente à sede da
FLL, perante os administradores Carlos da Cunha Torres e Maria do Carmo
Batalha, e com a presença de convidados e público da apresentação do livro, só
depois daquele carinho para com a FLL e os seus administradores todos se
dirigiram ao auditório. Destaque para a comparência de importante representação
autárquica, estando a Câmara Municipal de Nelas representada pelo presidente,
José Borges da Silva, e pelo vice-presidente, Alexandre Borges, e o Município
de Carregal do Sal pelo presidente da Câmara, Rogério Abrantes, pelo presidente
da Assembleia, Jorge Gomes, e pela vereadora Cristina Borges.
Tomando lugar na mesa de honra, a par do autor do livro, de
Ana Madureira, oradora convidada, e de Teresa Adão, da editora Edições
Esgotadas, coube a Carlos Torres, administrador da FLL, a abertura da sessão,
com uma intervenção de agradecimento pela apresentação do livro naquele espaço
e de boas vindas aos presentes, saudando de modo especial a presença dos
referidos autarcas.
Nesse período inicial, usou também da palavra Teresa Adão,
agradecendo à FLL por ter voltado a abrir as portas “com muito carinho” a esta
nova iniciativa da Edições Esgotadas e tendo considerado um privilégio a
coincidência do cantar das janeiras com a apresentação do livro. “Deu para ver
que a Fundação está ali a fazer um bom trabalho; se assim não fosse não teria
um mimo como aquele” – comentou acerca do gesto da Filarmónica.
Ana Maria Madureira, licenciada em Filologia Românica, pela
Universidade de Coimbra, especializada em Línguas e Literaturas Modernas,
procedeu à apresentação do livro, começando por expressar “imenso prazer” e
“redobrado entusiasmo” pela sua presença na FLL e pelo convite de Acácio Pinto
para a apresentação deste seu primeiro livro de poesia. Na sua apreciação,
referiu, entre outros aspectos, que a poesia de “Essências” é muito simbólica,
indo ao encontro da psicologia da expressão humana e dos valores simbólicos.
Considerou-a uma poesia ousada, com ritmo forte, personalidade, onde “cada
poema vale pela sua execução” e pela preocupação de “criar o estado poético nos
outros”.
“Muitos dos seus poemas são palavras pintadas”, sublinhou a
oradora, ao considerar que “um texto também se constrói como um quadro”,
acrescentando: “A partir do momento que comece a ser abordada pelos olhos, esta
poesia alimenta a alma, faz ver o mundo de outra maneira; pode ser uma
terapia”. Em opinião final, Ana Madureira realçou que “ler Essências é ir ao
encontro de uma poesia plena”, frisando ainda que o livro “é para ler num só
folgo, é uma obra que não fatiga, permite múltiplas leituras e múltiplas
análises”.
Após os agradecimentos de circunstância, Acácio Pinto
elogiou o tributo da Filarmónica de Cabanas de Viriato à FLL, e partilhou com o
público algumas ideias sobre o livro. Foi evidente a emoção quando afirmou que
esta obra era dedicada aos seus filhos, Ana Luísa e José Pedro. Na leitura de
um texto previamente elaborado sobre este livro, a dado passo, disse que “a
poesia pode ser vida, pode ser sonho”, assim como “pode ser de ontem, também
pode ser de agora”, “dos tempos de ira e do amor”. Rematou: “Que seja o que
quiserdes!”.
Por fim, seguiu-se um período de debate, em que o
administrador da FLL fez questão de ler o seu poema preferido deste livro:
«tenho que ir / não indo / para que saibas / onde estou / e também para
dizer-te / que indo / eu fico / não vou / porém / ficando /é bom que percebas /
que estou indo / embora não saindo / deste só / onde estou».
Estando ali o livro à venda, ficaram esgotados os
últimos exemplares da primeira edição, indo agora a Edições Esgotadas proceder
à publicação da segunda edição. Todos aqueles exemplares foram rubricados pelo
autor, antes do Dão de Honra servido por habitual cortesia da Fundação Lapa do
Lobo.»
Texto: Lino Dias, Farol da nossa terra
Fotos: Edições Esgotadas | Farol da nossa terra | Letras e conteúdos