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Vai daí, escreveram uma moção, aprovada pelos respetivos
executivos municipais e pelas assembleias municipais, de oposição ao
encerramento das repartições de finanças a remeter aos órgãos de soberania e
aos partidos políticos.
Sempre podem os mais céticos dizer que isto não vai lá com
palavras, pode dizer-se o que se quiser, mas que este gesto, dos presidentes de
câmara, traduz muito mais do que o simbolismo que ele carrega, lá isso traduz.
Este gesto, parecendo mais um texto de palavras que, muitas
vezes, só poucos leem, vai muito para além disso, pois ele reflete o
inconformismo e, tenho a certeza, a genuína oposição dos legítimos
representantes de um povo, que tem sido permanentemente usado ao sabor dos
poderes macrocéfalos do terreiro do paço. Este gesto traduz um grito, um grito
de revolta perante o estado central, perante um centralismo, que incapaz de se
racionalizar e de conter as suas contas públicas, ataca os territórios do
interior enfraquecendo as suas redes de proximidade.
Creio, mesmo, que começamos a estar perante um fermento, de
vontades muito fortes, que a todo o momento pode sobreaquecer e expandir, a
patamares mais viris, a forma de extravasar a indignação, pois estamos exaustos
das tropelias e apatia dos governos perante uma tão vasta área territorial.
O interior do nosso país, os nossos municípios mais
recônditos, mas tão estado e tão patrióticos quanto os demais, não podem
continuar a carregar este fardo, este pesado fardo da interioridade. Não
podemos tolerar estas lições vindas das vãs cátedras do terreiro do paço, de
apologia da racionalização e defesa da sustentabilidade, mas sempre com o
objetivo de prosseguir a engorda do tentacular monstro do centralismo, que será
mortal para todos, mesmo para aqueles que o teorizam e o defendem.
Na pessoa do presidente de Carregal do Sal, Rogério
Abrantes, dinamizador desta iniciativa, saúdo os autarcas dos concelhos
envolvidos (Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Nelas, Mortágua, Castro Daire,
Sátão, Penalva do Castelo e Vila Nova de Paiva) nesta plataforma de defesa dos
serviços de proximidade que são as repartições de finanças.
E se este é um ponto de partida, estou certo que novos pontos de convergência, ainda mais alargados, não deixarão de ser encontrados para mostrar aos centralistas que não nos vergarão, que não nos colocarão de joelhos perante a vã glória do poder.
E se este é um ponto de partida, estou certo que novos pontos de convergência, ainda mais alargados, não deixarão de ser encontrados para mostrar aos centralistas que não nos vergarão, que não nos colocarão de joelhos perante a vã glória do poder.
Acácio Pinto
in: Rua Direita