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Se tivéssemos que elencar uma
questão central, a principal, no âmbito da saúde, para a nossa região, ela não
poderia deixar de ser a da construção do centro oncológico e de radioterapia no
centro hospitalar de Tondela - Viseu.
Aliás, já em 2011, o governo
anterior, através do ministério da saúde, em articulação com a administração do
hospital, deixou concluído todo o processo para a sua construção nos terrenos
do hospital de S. Teotónio.
O projeto desse centro constava
de uma unidade, inserida na estratégia de desenvolvimento da radioterapia em
Portugal, que pudesse dar resposta a todos os doentes oncológicos da região
envolvente, nomeadamente dos distritos de Viseu e Guarda e com isto evitasse as
penosas deslocações dos doentes, das áreas em causa, para Coimbra ou para o
Porto para fazerem os tratamentos de radioterapia e outros tratamentos similares.
E se qualquer dúvida subsistisse
sobre a urgente necessidade de operacionalizar esta obra, e sobre a localização
da mesma, ela ficou completamente debelada com o estudo de julho de 2012, da
Entidade Reguladora da Saúde “Acesso,
concorrência e qualidade no setor da prestação de cuidados de saúde de
radioterapia externa”, de que a página 59 é paradigmática, pois fica aí bem
evidenciado que a localização em Viseu aumentará, em muito, a cobertura, face a
outras opções estudadas para a região centro.
Importa ainda referir, como
fundamentação para a sustentação desta construção, que na região Centro,
segundo o estudo, 44% da população reside em localidades situadas a mais de 60
minutos de um estabelecimento prestador de cuidados de radioterapia, mas, se
nos cingirmos à região de Viseu e Guarda, a percentagem é muito mais elevada.
Isto é, são milhares de pessoas que regularmente, em situação física e
psicologicamente frágil, têm que andar num reboliço de trânsito para acederem
aos tratamentos que lhes são prescritos, quando esses tratamentos lhes poderiam
ser facultados em Viseu. E falamos, obviamente, de mais de 60 minutos de ida e
outros tantos de volta, durante cinco dias por semana, normalmente, durante
cinco semanas.
Assim sendo, aquilo que importa
aqui deixar bem claro é que esta obra impõe-se, esta obra é uma emergência e o
atual governo, que já leva mais de dois anos e meio de mandato, não pode
continuar a ignorar este problema que continua a obrigar milhares de pessoas da
região, em sofrimento, a percorrerem muitos mais quilómetros do que aqueles que
teriam de fazer se o serviço lhes fosse facultado em Viseu.
Haja respeito pelas pessoas!
Acácio Pinto
Correio Beirão