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A mostrar mensagens de 2024

Um livro de homenagem à poesia

  Um livro de homenagem à poesia é o subtítulo do livro cujo título principal é Há tantas vidas na vida da vida . O seu autor é José Lapa e foi dado à estampa em junho de 2024. Como já se percebeu, é um livro de poesia. E, claro está, que eu não vou intrometer-me na decisão do autor sobre a ‘toponímia’ adotada para este seu livro. Digo tão só, porque o senti e sinto, depois de o ler, que este livro, para mim, é, de facto, Um livro de homenagem à poesia . E não o é pela qualidade poética e literária dos poemas que nos apresenta, inquestionável! É-o, outrossim, pela decisão do autor, de integrar, no final de cada um dos seus poemas, um excerto de um poema de um outro poeta, qual cereja em cima do bolo. Será que nos quis deixar um epílogo ao seu poema? Um posfácio? Um outro olhar? Bom, seja lá o que for! A mim, soube-me muito bem, no final dos poemas de José Lapa, ler excertos de Manuel António Pina [ Aí, onde não alcançam nem o poeta / nem a leitura / o poema está só. / E...

Uma história necessária | Recessão de José Lapa sobre O Volframista

  [O texto que se segue – recensão sobre  O Volframista  – foi publicado por José Lapa na sua página do Facebook .] Depois de anos e anos de leitura, uma paixão maior na minha vida, desculpem a presunção, há livros que me chegam pela intuição: este Volframista, de Acácio Pinto , chegou-me pelo faro. Não me enganei, nem podia enganar, a mesma presunção literal. Uma obra que sopra, em narrativa clara, as cinzas de um tempo em que se misturam, em cocktail inabalável do pior da natureza humana: crime, ganância, egoísmo, infidelidade, ditadura, guerra. Querem mais? O tempo do negócio do volfrâmio que durante a II Grande Guerra marcou um país bolorento. Este trabalho de Acácio Pinto, numa narrativa solta e fluente, faz da realidade ficção, pouca, e da ficção realidade, muita: linhas muito ténues onde a ficção fica a perder. A este propósito lembro Javier Marias,  “na literatura séria, há cada vez menos ficção” , e ainda, como disse, Rushdie,  “a literatura...

Último livro de poesia de Agostinho Santa é um hino ao Douro!

  Douro - Poemas de Entre Corpo e Alma - livro de poesia de Agostinho Santa, apresentado na Régua Quando o Douro nos chega à alma o corpo é que sofre! É como um feitiço! É, assim, como uma punção que nos captura! Seja em São Salvador do Mundo, seja em São Leonardo da Galafura, seja onde for, o Douro entranha-se até aos ossos, até à medula, em tantas gentes como nós. Depois, está claro, entra no circuito, no sanguíneo, e aloja-se-nos na alma. Vem isto a propósito do último livro de poesia de Agostinho Santa. Apresentado no dia 30 de novembro no salão nobre da Casa do Douro, na Régua, o autor, logo no título, diz-nos que os seus poemas ao Douro, as suas odes telúricas, deixem-me dizer assim, são “de entre corpo e alma”. E, de facto, são. Porém, o autor, não nos esclarece se se trata do corpo e da alma do Douro se dos seus, ou dos nossos. Ou será que esclarece? (…) “Poucos sabem como eu sei / que o corpo que te invejam / não é só corpo / - ossos nervo carne pele e fluid...

Códão e sincelo: duas palavras ameaçadas pelas alterações climáticas

  As palavras também morrem. Todos os dias. Em todas as latitudes e meridianos. E há duas, códão e sincelo , que, em Portugal, no Centro e no Norte, estão fortemente ameaçadas. E, assim sendo, estão a caminho do cemitério da nossa memória, onde jazem, já, muitas outras. Vem esta crónica a propósito destes tempos que vivemos, em que o tempo não se consegue acertar com as estações do ano. Em que os equinócios e os solstícios se transfiguraram. Em que os meses de novembro e de dezembro e tantos outros – todos, afinal – mudaram de conteúdo. Se reprogramaram. Na agricultura, no vestuário, no ambiente, ou seja, na vida. Será que alguém nas terras frias portuguesas tem visto o códão? Tem visto a humidade da terra congelada? Gretada e levantada sobre pilaretes de gelo? E se esse facto é uma miragem, para que nos serve a palavra que traduz essa realidade? E, então, como é que poderemos explicar, ‘analogicamente’, o que é o códão? Essa terra que rangia quando era esmagada pelas resis...

Ecos da apresentação de O Leitor de Dicionários em Cinfães

Foram vários os textos publicados na sequência da apresentação, no dia 22 de novembro, do livro O Leitor de Dicionários, em Cinfães. Deixamos aqui, para memória futura, os textos que a Rádio Montemuro e a Câmara Municipal de Cinfães publicaram. Rádio Montemuro : «Acácio Pinto, apresentou no passado dia 22 de novembro, a sua mais recente obra  “O Leitor de Dicionários” , na Biblioteca Municipal de Cinfães. O autor, ex-Governador Civil e ex-deputado, insere nesta sua obra ambientes e pormenores, alusivos ao Concelho de Cinfães, como a serra de Montemuro, o rio Bestança, a Gralheira, ou os Bombeiros de Cinfães, entre outros, como dá nota Serafim Rodrigues, vice-presidente da Câmara Municipal de Cinfães, que fez a apresentação da obra, deixando o repto de que  “Um grande final, mesmo dramático, faz um grande livro”. Armando Mourisco, edil cinfanense enalteceu o trabalho de Acácio Pinto, salientando o seu contributo ao serviço público. Por sua vez, o autor desvendou alguns po...

Acabou de sair a 2.ª Edição de O Leitor de Dicionários

  Face à excelente recetividade que o romance  O Leitorde Dicionários  tem vindo a obter junto do público, tivemos de efetuar uma 2.ª edição. A apresentação do livro teve lugar no dia 13 de outubro no cineteatro municipal de Sátão, ante uma plateia que encheu por completo a sala. Registe-se que na sessão de apresentação do livro em Cinfães, já foi disponibilizada aos leitores a 2.ª edição. Nesta, o autor procedeu à correção de alguns pormenores. Para além de dois lapsos, foi alterado o nome da empresa de transporte de passageiros que operava em Fornos de Algodres. Não era “Bernardinos” mas sim Amândio Paraiso e Filhos. Assim sendo, agradecemos, expressamente, aos vários leitores que fizeram chegar essa observação. Recorde-se que O Leitor de Dicionários foi a obra vencedora do Prémio Literário Cónego Albano Martins de Sousa 2024. Este prémio, que o autor,  Acácio Pinto , já havia ganhado em 2022, com   O Volframista , é promovido pela Câmara Municipal de ...

O Leitor de Dicionários foi apresentado em Cinfães

  O Leitor de Dicionários foi apresentado, no dia 22 de novembro, na Biblioteca Municipal de Cinfães. Este romance de Acácio Pinto, que tem como cenário espacial, em grande parte da obra, a Serra do Montemuro, o vale do rio Bestança, a aldeia da Gralheira e tantos outros locais de paisagens idílicas, não poderia deixar de efetuar uma passagem por Cinfães, o concelho a que as mesmas pertencem. Com a sala cheia, depois da música, interpretada por jovens artistas da Academia de Artes de Cinfães, foi a vez de Serafim Rodrigues, o vice-presidente da câmara, efetuar a uma excelente apresentação da obra, da qual leu alguns excertos, nomeadamente referentes ao concelho, enaltecendo a qualidade da mesma e o seu final imprevisível. Armando Mourisco, o presidente da autarquia cinfanense, de seguida, aludiu à importância que a leitura tem para a escrita e para a qualidade da comunicação. Traçou igualmente uma sucinta nota biográfica do autor, nomeadamente enquanto governador civil de Vi...

Aquilino Ribeiro no meio do colóquio sobre o fogo nas serras da Lapa e de Leomil

Aquilino Ribeiro, esse mago da literatura portuguesa da primeira metade do século XX, é incontornável, quando se trata de falar das suas (nossas) Terras do Demo. Vem isto a propósito do colóquio que teve lugar neste domingo , 17 de novembro, na Casa das Novenas, na Lapa , concelho de Sernancelhe. O tema em debate era precisamente "História do Fogo nas Serras da Lapa e de Leomil". Bem, mas regressemos a Aquilino. Foi a Eleonora Monaci, da Universidade Nova, de Lisboa, que o trouxe ao colóquio através de uma breve análise de duas obras. Uma de Aquilino Ribeiro, Quando os Lobos Uivam , obra de 1958, e outra de Adriano Carvalho, O Regime Florestal de Serpins , esta de 1911. E porquê, esta obra de Serpins, no concelho da Lousã? Pois bem, pelo facto de Aquilino, aquando do processo que o Estado Novo lhe moveu devido à escrita do seu livro, que haveria de ser censurado, ter referido, em sua defesa, que se havia inspirado para o escrever, precisamente, naquilo que se passara em Serpi...

Opinião de Joaquim Alexandre Rodrigues sobre "O Leitor de Dicionários"

  Crónica de Joaquim Alexandre Rodrigues publicada no Blog OLHO DE GATO  e no Jornal do Centro «Alberto da Silva Gomes gostava tanto de palavras que inventava jogos com elas. Quando andava no liceu, pegava na quinta edição do  Dicionário de Língua Portuguesa , da Porto Editora, abria-o ao calhas numa das suas 1556 páginas, e procurava nela a palavra mais comprida. O rapaz, durante uns tempos, não conseguiu achar nenhuma com mais de vinte e uma letras. Quando encontrou “otorrinolaringologista”, com as suas portentosas vinte e duas letras, teve uma epifania. Entendamo-nos, eram outros tempos, sem net, sem o sr. Google, sem “inteligência” artificial, sem formiguinhas amáveis a fazerem verbetes na Wikipédia sobre todos os assuntos, incluindo sobre palavras quilométricas. Agora, num segundo, acha-se facilmente a maior palavra em português — “pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico” — que se refere a uma pessoa com uma doença nos pulmões por ter respirado cinzas vulc...

Museu de Pintura Naïf de Sátão: uma ideia de Hermínio Marques Ferreira

  Está concluído e em fase de instalação, inauguração e de abertura ao público o Museu de Pintura Naïf de Sátão , que se localiza nas Pedrosas, aldeia natal do doador da coleção, Hermínio Marques Ferreira. Este museu, propriedade da Câmara Municipal de Sátão, resultou da requalificação e ampliação de uma casa senhorial que foi, igualmente, doada por Hermínio Ferreira e que irá albergar todas as obras de pintura naïf que este satense, falecido em junho de 2019, colecionou. Hermínio Ferreira viveu os últimos anos no concelho de Sátão, em Lamas de Ferreira de Aves, na Casa do Paço, que integra uma vasta quinta agroflorestal. Foi professor de Economia na Universidade Católica, tendo como seu colega, o também docente na mesma universidade, Cavaco Silva e esteve ligado, na década de oitenta, à criação do CISF, que liderou, banco de empresas que veio a ser absorvido pelo BCP – Banco Comercial Português. A este propósito, deixamos a nossa opinião, de que falta, por parte do município...

Meia-Noite ou O Princípio do Mundo: Um livro arrebatador!

  Meia-Noite ou O Princípio do Mundo: Um livro arrebatador! Nunca tinha lido nenhum livro de Richard Zimler. Nunca. “Meia-Noite ou o Princípio do Mundo” foi o primeiro. E que lição ele me deu! Que bela oração ele me proporcionou (nos proporciona) ao longo de mais de quinhentas suculentas páginas de magnífica prosa narrativa! Que demonstração de tolerância. Até com aqueles que nos escravizam. Nos ferem a dignidade. Um livro de combate às injustiças e de apelo à essência da natureza humana. De demonstração das nossas fragilidades e incertezas. Dos nossos erros e da importância que os consignemos ao passado. Da impossibilidade de sermos seres perfeitos. Que belo romance. Que belas histórias o autor nos proporciona nas primeiras décadas do século XIX. No Porto, durante as invasões francesas, e em Londres e Nova Iorque. Em tempos de perseguição aos judeus em Portugal. Em tempos da escravatura africana que enxameou, sobretudo, o sul dos Estados Unidos da América. É uma narrativ...

Divagação a propósito da exposição de fotografias de Nuno Furet, sobre os arrozais do Baixo Mondego

  Sou um consumidor frequente de exposições. Das mais diversas exposições, nomeadamente de pintura e de fotografia. Vem esta minha divagação a propósito da última exposição que visitei. Uma exposição de fotografia, de Nuno Furet , que está patente ao público no CAE – Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz . O seu título é “Um ano nos arrozais do Baixo Mondego - Uma deambulação fotográfica”. E, para além da ideia que originou as fotografias, de que gostei particularmente, um ano em torno de uma realidade, que nos mostra as rotações e as translações da inexorabilidade do tempo que passa, em repetências cósmicas, aquilo que me levou a este texto tem a ver com o processo expositivo. Concretamente, quero destacar o facto de as fotos nos serem apresentadas sem qualquer cobertura de vidro/acrílico. E será que esse aspeto merecia uma nota? Merecia esta crónica? A minha resposta é sim. Direi mesmo que faz toda a diferença. Aquele ‘ruído’ que a iluminação normalmente pr...

Antigamente, os defuntos lambiam os figos!

  Antigamente os defuntos lambiam os figos! Fosse qual fosse a ancestral causa, a verdade é que os jovens e os adultos mais sugestionáveis, na Beira Alta, deixavam de comer figos a partir do dia 1 de novembro. A causa era simples, os defuntos, precisamente, nessa noite, iam lambê-los, quais demónios em busca das suas presas.  De facto, já não eram muitos os figos vindimos que existiam nas figueiras, mas havia sempre algumas que exibiam alguns apetecíveis exemplares, sobretudo quando as chuvas não eram muito intensas durante o mês de outubro. Recorde-se que, por tradição, os dias 1 de novembro, Dia de Todos os Santos, e 2 de novembro, Dia dos Finados, eram dias de especiais idiossincrasias para as comunidades. Ia-se aos cemitérios, limpavam-se as campas e sepulturas dos familiares já falecidos, onde se colocavam arranjos florais feitos, essencialmente, com crisântemos e carvalhinhas – rituais que ainda hoje se cumprem – e, portanto, era um tempo de algum recolhimento e de l...

O Leitor de Dicionários: Opiniões dos leitores

  PODE COMPRAR:  Letras e Conteúdos | WOOK Excertos de inúmeras opiniões de leitores do romance O Leitor de Dicionários que nos chegaram pelas redes sociais e pessoalmente. “Já li o seu livro e quero dar-lhe os parabéns pela magnífica obra. Quero elogiar a inspiração e o talento para dar corpo a uma grande história”. “Em dois serões devorei as cerca de 200 páginas que compõem O Leitor de Dicionários. Estava longe de mim fazer uma ligação entre o título da obra e a narrativa da mesma. Uma história que tem um início bonito, onde a inteligência de Alberto se traduz na competência dele como docente e a união com a Felismina, que tinha tudo para correr bem. Infelizmente o fim foi dramático, não só para ele, mas também para quem teve a ousadia de usurpar direitos autorais…” “Adorei o livro. É cativante para o leitor que não se consegue desprender querendo saber mais e mais. Recomendo vivamente a sua leitura.” “Já li e recomendo. Especial.” “Adorei O Leitor de Dicionários...

Calvino confronta-nos com quotidianos tão realistas!

  O livro A Nuvem de Smog e a Formiga Argentina   não é bem um livro, é uma metáfora destes tempos hipermodermos em que vivemos. E Italo Calvino, o seu autor, visionário, visionou-os e deu-nos a conhecer esta amálgama de uma forma fria, crua e direta. Em que as personagens servem esse seu objetivo. Se encaixam nestes meandros tecidos de hipocrisia e de conformismo. Da relação de homens com uma realidade, que é a sua e que se lhes cola à pele. E, sim, mais do que palavras e conceitos, de frases e de ideias escritas sobre o mundo em que vivemos, ele é cronista destes tempos através de um ideograma, de ideogramas que nos revelam, que nos desvelam os conceitos que nos envolvem o corpo, que nos entram pelas narinas, que se enleiam no ar que nós respiramos em cada rua que palmilhamos e em cada dia que passa. Smog, ar maculado, impuro, contaminado por todas as impurezas químicas e físicas, por todas as dificuldades que no quotidiano nos tolhem os movimentos de uma libertação qu...

O Volframista: um livro que tem percorrido o país e a Europa

  O Volframista , de Acácio Pinto, lançado em janeiro de 2023, tem percorrido, desde então, o país e a Europa. Recorde-se que O Volframista foi o livro vencedor do prémio literário Cónego Albano Martins de Sousa em 2022. Em Portugal não há nenhum distrito, incluindo as regiões autónomas, onde o livro não tenha tido leitores. Na Europa o livro chegou às mãos de pessoas residentes em Espanha, França, Reino Unido, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, Países Baixos e Albânia. Quanto a iniciativas que contaram com a presença do autor,Acácio Pinto, o livro teve inúmeras apresentações. Destacamos Sátão, Vila Nova de Paiva, Viseu, Aguiar da Beira , Penalva do Castelo , Santa Comba Dão, Mangualde, São Pedro do Sul, em Lisboa na Assemnleia da República . Outras já programadas a curto prazo. O Volframista , através da personagem principal e de outras personagens de época, remete os leitores para os tempos da Segunda Guerra Mundial. Tempos em que a exploração e a comercialização legal ...

Morreu João Simão da Silva, Marco Paulo não!

  Morreu o João Simão da Silva, o Marco Paulo não morreráenquanto a nossa memória não nos trair . Alentejano, nascido no Portugal profundo, o João Simão ganhou notoriedade e foi consagrado como Marco Paulo, seu nome artístico, nos palcos de um país recém saído de uma ditadura. Bem o guardo dos finais dos anos 70, quando, verdadeiramente, Marco Paulo ganhou dimensão nacional. . Bem me lembro de vender na Feira Franca de São Mateus, em Viseu, no stand da Discoteca Ferrão, os singles e as cassetes dos seus primeiros grandes êxitos “Ninguém, ninguém” e “Canção Proibida”. Bem me lembro da gritaria dos seus fãs quando ele subia aos palcos de um país que se ajustava a um novo regime.  Bem me lembro do sucesso que foi, logo depois, no início dos anos 80, a canção “Eu tenho dois amores”. Bem me lembro, também, do microfone a saltitar de mão em mão. Bem me lembro, igualmente da sua imagem de marca, o seu cabelo em carapinha. Bem me lembro, com certeza, do quanto ele era amad...

Intervenção do autor na apresentação de O Leitor de Dicionários

  As minhas primeiras palavras são, naturalmente, de agradecimento. À câmara, na pessoa do seu presidente, pelo prémio e pela organização deste evento . Aos membros do júri (Helena Castro, Carlos Paixão, Zélia Silva), pela escolha, sob anonimato, da minha obra. Ao meu querido amigo Ascenso Simões, com quem, já lá vai uma dúzia e meia de anos, trabalhei, era eu Governador Civil de Viseu, era ele Secretário de Estado da Proteção Civil. Trabalho intenso e duro, como são todos os trabalhos nesta área. E permitam-me que me prevaleça desta oportunidade para, desde já, prestar o meu tributo ao cidadão e ao político Ascenso Simões, não pela magnífica intervenção que aqui deixou sobre o meu livro, mas pela sua frontalidade e desassombro no exercício de tantas funções públicas ao longo da sua vida. Pela genuinidade da sua participação cívica e política. É que nós podemos discordar, mas precisamos de pessoas assim que, sem tibiezas e calculismos, nos digam aquilo que pensam e apontem ...

Comunicação de Ascenso Simões na apresentação de O Leitor de Dicionários*

  * Comunicação efetuada no dia 13 de outubro no cineteatro municipal de Sátão. Publicada no blog de Ascenso Simões . Há cerca de um mês, o meu amigo Acácio Pinto pediu-me para apresentar o seu último romance . Nessa altura, foi-me dizendo que havia nele uma parte que queria simbolizar o tempo de venturas e desventuras, que ambos passámos entre 2005 e 2009, período em que foi concretizada uma grande reforma no sistema de Proteção Civil. A conversa deixou no ar o seu interesse por esta minha mais recente vida de ensaísta, comentador e apresentador de livros, uma espécie de ocupação pós-morte política que determinei a mim mesmo. Aqui estou hoje, perante vós, para vos dizer o que encontrei nas linhas que Acácio escreveu. A primeira coisa a ter em conta, quando se inicia a preparação da apresentação de uma qualquer peça literária, é – fazer a escatologia do autor. Foi essa a minha inicial tarefa. Fui às intervenções parlamentares de Acácio Pinto e olhei o cuidado com que semp...

Casa cheia na apresentação do livro O Leitor de Dicionários

  Casa cheia na apresentação do livro O Leitor de Dicionários , que teve lugar no passado dia 13 de outubro. O livro O Leitor de Dicionários , romance de Acácio Pinto, foi o vencedor de 2024 do prémio literário Cónego Albano Martins de Sousa. Este prémio, promovido pela Câmara Municipal de Sátão, que vai na nona edição já havia sido ganho em 2022 pelo mesmo autor, com a obra O Volframista . A sessão, organizada pela Câmara Municipal e pelo autor, teve lugar no cineteatro municipal de Sátão. A abrir atuou o grupo musical SemGénero , com dois temas dos finais dos anos 60 do século XX, Balada de Outono, de Zeca Afonso e Desfolhada, de Simone de Oliveira. Depois do momento musical inicial intervieram os membros do júri, Carlos Paixão e Helena Castro, para explicarem do porquê de terem escolhido esta obra. “Um grande final faz um grande livro. Este que hoje apresento é um grande livro” Depois foi a vez de Ascenso Simões efetuar a intervenção de apresentação da obra. Foi uma int...

Quiaios: GIRQ assinalou 111 anos de vida

  Assinalaram-se, ontem, dia 5 de outubro, dia da Implantação da República, 111 anos sobre a fundação do GIRQ – Grupo Instrução e Recreio Quiaiense , uma instituição que há mais de um século, desde o dia 05.10.1913, defende e dinamiza o território e enriquece as gentes de Quiaios. Foi com uma sessão simples, popular, aberta e acolhedora que os dirigentes desta vetusta associação quiseram sinalizar tantos e tantos anos de uma vida recheada de tantas memórias. A abrir, foi medida a árvore do centenário, a lagunária (Lagunaria Patersonia) plantada em 2013 – uma planta hermafrodita originária das antípodas de Portugal, Austrália e Ilha Norfolk -, para aferir do seu crescimento, enquanto um painel de excelentes instrumentistas de Quiaios exibiam os seus dotes musicais. Foi ali, mesmo ao lado da sede, em frente ao edifício da escola, onde a árvore continuará a erigir-se. Depois, em frente do imponente e tão expressivo edifício-sede do GIRQ, com as portas franqueadas, ante uma singela...

In Memoriam de Rui Martins

Foram inúmeras as vezes que reuni com o professor Rui Martins, era eu deputado do PS, na Assembleia da Repúbica.Os temas eram os da educação, os de lutar por melhores condições para a educação, para a vida na escola, temas que o apaixonavam. Sempre muito focado, muito determinado, muito genuíno e intransigente, o Rui Martins defendia de forma frontal os pontos de vista da sua confederação, a CNIPE - Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação. Defendia, afinal, mais e melhor investimento para a escola pública e uma melhor organização educacional que pudesse vir a beneficiar os alunos. Foram várias as audições em que o Rui Martins participou. Em dezembro de 2011  coube-me a mim intervir em representação do PS. E nessa, o Rui Martins também interveio para   "deixar à comissão um exemplo concreto de um caso no âmbito do d.l. 75 que, em sua opinião, não correu bem, que foi o da eleição dos encarregados de educação para o conselho geral...

A História repete-se ciclicamente

A História repete-se ciclicamente por mais voltas que se deem e podem ser sempre muitas. Estamos perante uma inexorável fatalidade, mas que nunca se antecipa completamente em todos os seus impactes. Não há sociólogos, historiadores, filósofos que apreendam e antecipem na totalidade dos seus efeitos. Podem mudar as geografias, as nacionalidades, as origens étnicas ou religiosas, enfim, pode mudar muita coisa, mas os fluxos sociais, económicos, políticos, ou outros, polarizam-se, sempre, em volta das mesmas atratividades de base. E as entropias nas comunidades e nos territórios, apesar de diferentes, tendem sempre a direcionar-se para o caos. Os políticos do poder, esses, vão resistindo e negando, até ao limite, as evidências que o povo já sente na pele. E os slogans que vão debitando e são replicados pelos tifosi, quais megafones ambulantes, vão amplificando pelas ruas e quarteirões das polis, deixam, paulatinamente, de ser ouvidos pela turba cada vez mais ruidosa. O resultado é...

Ascenso Simões apresentará o livro "O Leitor de Dicionários"

  Ascenso Simões apresentará o livro O Leitor de Dicionários , romance de Acácio Pinto, no próximo dia 13 de outubro, domingo, às 15 horas. A sessão terá lugar no cineteatro municipal de Sátão. Ascenso Luís Simões, que reside em Vila Real, é doutorado em História Marítima, mestre em Gestão e licenciado em Ciências Empresariais. Desempenhou diversas funções públicas ao longo da sua vida. Destacamos aqui as de Secretário de Estado da Proteção Civil, da Administração Interna e do Desenvolvimento Rural e das Florestas. Igualmente, foi deputado à Assembleia da República e administrador da ERSE. É técnico superior assessor do grupo Dourogás. Recorde-se que O Leitor de Dicionários foi a obra vencedora do prémio literário Cónego Albano Martins de Sousa 2024, na modalidade de prosa. Este prémio literário é promovido pela Câmara Municipal de Sátão, alternando anualmente nas modalidades de prosa e de poesia. Acácio Pinto, o vencedor deste ano, já é repetente nestas lides. Já no ano de ...