Avançar para o conteúdo principal

O Leitor de Dicionários foi apresentado em Cinfães

 


O Leitor de Dicionários foi apresentado, no dia 22 de novembro, na Biblioteca Municipal de Cinfães.

Este romance de Acácio Pinto, que tem como cenário espacial, em grande parte da obra, a Serra do Montemuro, o vale do rio Bestança, a aldeia da Gralheira e tantos outros locais de paisagens idílicas, não poderia deixar de efetuar uma passagem por Cinfães, o concelho a que as mesmas pertencem.

Com a sala cheia, depois da música, interpretada por jovens artistas da Academia de Artes de Cinfães, foi a vez de Serafim Rodrigues, o vice-presidente da câmara, efetuar a uma excelente apresentação da obra, da qual leu alguns excertos, nomeadamente referentes ao concelho, enaltecendo a qualidade da mesma e o seu final imprevisível.

Armando Mourisco, o presidente da autarquia cinfanense, de seguida, aludiu à importância que a leitura tem para a escrita e para a qualidade da comunicação. Traçou igualmente uma sucinta nota biográfica do autor, nomeadamente enquanto governador civil de Viseu e deputado à Assembleia da República, salientando a sua presença frequente, nessas funções, no concelho de Cinfães.

Finalmente, o autor, agradecendo ao município a organização da apresentação falou aos presentes sobre as fontes de inspiração do romance e sobre a importância que as suas vivências ao longo da vida tiveram na escrita do presente romance.

Estando em Cinfães, Acácio Pinto esclareceu que por entre a ficção há cenas narradas, ocorridas na serra do Montemuro e no rio Douro, que são factualmente verificáveis e que ocorreram em 2007 e 2008.

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...