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Um livro de homenagem à poesia

 


Um livro de homenagem à poesia é o subtítulo do livro cujo título principal é Há tantas vidas na vida da vida. O seu autor é José Lapa e foi dado à estampa em junho de 2024.

Como já se percebeu, é um livro de poesia.

E, claro está, que eu não vou intrometer-me na decisão do autor sobre a ‘toponímia’ adotada para este seu livro. Digo tão só, porque o senti e sinto, depois de o ler, que este livro, para mim, é, de facto, Um livro de homenagem à poesia.

E não o é pela qualidade poética e literária dos poemas que nos apresenta, inquestionáveis! É-o, outrossim, pela decisão de, o autor ter decidido integrar no final de cada um dos seus poemas um excerto de um poema de um outro poeta, qual cereja em cima do bolo.

Será que nos quis deixar um epílogo ao seu poema? Um posfácio? Um outro olhar?

Bom, seja lá o que for! A mim, soube-me muito bem, no final dos poemas de José Lapa, ler excertos de Manuel António Pina [Aí, onde não alcançam nem o poeta / nem a leitura / o poema está só. / E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.], David Mourão-Ferreira [Há-de vir um Natal e será o primeiro / em que o Natal retome a cor do infinito], Maria Teresa Horta, Nuno Júdice, T.S. Eliot, Ana Hatherly, Álvaro de Campos… ou Luís Miguel Nava, num total de 102 excertos.

Só tive acesso a este livro há dias, porque me apareceu numa página de uma rede social. Pesquisei e comprei-o na Wook.

"Gostei muito da voz do 'eu poético' de que o autor se muniu para nos ofertar estes poemas"

E, para quem, como eu, nada conhecia da escrita de José Lapa, fiquei verdadeiramente perplexo e gostei muito da voz do eu poético, desse narrador, de que o autor se muniu para nos ofertar estes seus poemas, ou não fossem estes “esculpidos de sentidos” como disse, um dia, José Luís Peixoto.

A temática resulta da realidade? Da sua? Do seu quotidiano? Do confinamento ou dos confinamentos?

Deixo-vos, para aguçar o apetite, e esperando que se vos entranhe, um excerto da página 93, sendo o ‘epílogo’, neste, de Luís Miguel Nava:

«não existem poemas

perfeitos, nem imperfeitos,

existem poemas, entidades

livres e por corromper

na máquina do dia.(…)»

Título: Há tantas vidas na vida da vida

Autor: José Lapa

Género: Poesia

Editora: cordel d’prata

Páginas: 232

Recensão de Acácio Pinto

 

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