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[opinião] Com vento também se escreve política!

Foi assinalado no dia 15 de junho o dia mundial do vento, facto que permitiu voltar a colocar na ordem do dia as energias renováveis, com natural enfoque na energia eólica. E, a partir daí e dos valores apresentado, todos pudemos perceber da importância estratégica desta aposta que, como se sabe, teve um decisivo impulso durante os dois últimos governos do PS.
O vento, essa fonte de energia inesgotável, uma vez que estamos condenados a conviver com as altas e as baixas pressões que o provocam, sempre foi colocado, ao longo da história, ao serviço do homem. E em Portugal também tal sempre aconteceu. Fosse para moer os cereais, através dos moinhos a vento colocados nas serranias mais expostas às correntes dominantes, ou fosse para levar as naus portuguesas à Índia ou ao Brasil, sempre soubemos retirar da deslocação do ar as respetivas vantagens.
Fez, portanto, todo o sentido esta mais recente vaga de aproveitamento das energias renováveis protagonizadas, entre 2005 e 2011, pelos dois últimos governos do PS, liderados por José Sócrates.
E os resultados aí estão. Os resultados são hoje inequívocos e permitem concluir que tínhamos razão quando apostámos nessa via, na via da sustentabilidade.
Saber que 60% da eletricidade que consumimos em Portugal, em 2013, teve origem em fontes renováveis conforta-nos e permite-nos concluir que importámos menos energias fósseis e produzimos, consequentemente menos emissões de dióxido de carbono.
E não se pense que 2013 foi um ano excecional, nada disso. O nosso padrão, hoje, fruto desses investimentos, é cada vez mais ligado às energias renováveis, tendo-se mesmo constituído um cluster industrial em torno destas energias, que nestes últimos anos de governo de direita, do PSD e do CDS, tem vindo a perder terreno, por inversão de opções.
É, pois, com muito agrado que vemos Viseu ser o distrito com mais capacidade instalada de energia eólica do país. Com os seus 934 MW, segundo a REN, instalados nos seus parques eólicos, Viseu tem um quinto da capacidade instalada a nível nacional, seguido por Coimbra e por Vila Real, estes com cerca de 600 MW cada.
Para além da própria energia produzida pelos aerogeradores e pela redução das importações de energia fóssil, há também as rendas que as autarquias e os privados recebem e, igualmente, há a criação de emprego em todo o cluster industrial e de investigação a montante das torres eólicas.
Esta foi uma estratégia inequívoca de uma governação com visão de futuro, ao invés de uma outra, a atual, com uma visão retrógrada e que à falta de imaginação se atira aos juízes do tribunal constitucional e aos portugueses para pagarem os seus desvarios e os seus desmandos.
Acácio Pinto
Rua Direita

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