E se digo
isto para começar, é para que todos percebamos que no PS, todos e cada um,
somos cidadãos livres.
Tenho, pois,
muito orgulho em ser militante do PS, de um partido com uma história rica na
diversidade, rica na defesa das causas primeiras que enformam o nosso estado de
direito democrático e o nosso estado social.
É por isso
que os líderes, todos, desde Mário Soares a António José Seguro me merecem o
maior dos apreços. Todos, cada um com as suas idiossincrasias, serviram o PS,
serviram Portugal.
Nunca, na
nossa história, houve nenhum momento, nenhum motivo, em que nos tenhamos
desagregado, em que tenham sido colocados em causa os princípios maiores que
nos unem e em que acreditamos, os princípios e os valores da liberdade, da
igualdade e da solidariedade.
E se no
passado sempre soubemos ultrapassar os problemas internos com que nos
confrontámos, também hoje seremos capazes de o fazer, à semelhança de ontem,
com elevação, com nobreza, com respeito.
E nas
sociedades modernas, nos partidos políticos, não há duas formas de resolver a
linha política e as lideranças, só há uma, que é a devolução da palavra aos
militantes, que é ouvir os socialistas.
E eu creio,
inequivocamente, que um congresso eletivo é o melhor espaço e o mais célere
para escutar os militantes. Porém, nada tenho a opor às eleições primárias que,
aliás, defendi quando apoiei Francisco Assis, há três anos, e ainda bem me
lembro da bateria de argumentos contra, dos que agora a elas se renderam.
Em síntese,
seja o que for que façamos, sejamos céleres, o país impõe-nos rapidez.
Quanto às
opções, António José Seguro ou António Costa, sejamos também claros. Estamos
perante dois grandes socialistas. Dois militantes de primeira linha que
merecerão de cada militante, de cada um de nós um olhar atento. E cada um, em
liberdade, em consciência, deverá responder a uma questão: qual dos dois se
encontra em melhores condições para responder aos desafios que se colocam ao PS
e a Portugal?
A minha
resposta é António Costa. Entendo que António Costa, no atual contexto
político, dará mais densidade à proposta política do PS, dará mais força a um
projeto de esperança para Portugal.
E esta minha
opção não é contra ninguém, é uma opção pelo PS, é uma opção por Portugal. Uma
opção livre, dentro de um partido livre.
Acácio Pinto
Diário de Viseu
Diário de Viseu