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PS quer Nuno Crato na Assembleia da República a explicar os erros nos concursos


LUSA - O PS entregou hoje um requerimento na Assembleia da República a pedir “uma audição urgente” do ministro da Educação, Nuno Crato, na Comissão de Educação, Ciência e Cultura para esclarecer os “erros técnicos” nas colocações dos professores.
O deputado e coordenador do Grupo Parlamentar do PS na área da educação, Rui Santos, anunciou hoje, numa declaração aos jornalistas, no Porto, que o partido entregou na Assembleia da República um requerimento a pedir uma “audição urgente” do ministro da Educação, Nuno Crato, na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, apelidando de “caos e trapalhada” o processo de concurso dos professores.
“Temos tido contacto de dezenas de docentes, contestando e verificando em concreto erros técnicos nas suas colocações, problema que abrange todo o território nacional”, disse, exemplificando casos de professores que têm mais anos de serviço do que de idade, professores aposentados que foram colocados e docentes que foram colocados em horários já ocupados.
Rui Santos recordou que “na passada sexta-feira foram divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência os resultados do concurso da contratação inicial ou da renovação dos contratos dos docentes” e que segundo dados fornecidos pelo executivo, dos 51.209 candidatos, apenas foram colocados 7.600, “um número bastante inferior ao que fora apresentado no ano letivo anterior”.
“A única vez em que um processo semelhante aconteceu foi exatamente num governo de coligação CDS/PSD. Todo este processo foi tratado com enorme desrespeito por parte do ministério relativamente aos professores, aos alunos e às escolas e começamos um ano letivo de forma errada e preocupante”, criticou.
O deputado do PS antevê “um ano com mais confusão na área do desempenho docente, condições de trabalho nas escolas muito piores e que o combate ao insucesso escolar vai regredir pelo menos dez anos”.
“Portanto, esperamos que o senhor ministro possa ir à Comissão de Educação, Ciência e Cultura esclarecer todos estes factos, todos estes problemas e que possamos ainda corrigir estes lapsos – queremos considerá-los como lapsos – no sentido de que o ano letivo decorra com normalidade”, reiterou.

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