Pinho Leal, no seu dicionário Portugal Antigo e Moderno, editado em 1874, onde se refere a “todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal”, escreve o seguinte sobre Quiaios:
QUIAIOS – freguesia,
comarca e concelho da Figueira da Foz (foi da mesma comarca, mas do concelho de
Maiorca, suprimido), 40 quilómetros ao ONO de Coimbra, 210 ao N de Lisboa, 950
fogos.
Em 1757 tinha 300
fogos.
Orago S. Mamede.
Bispado e distrito administrativo
de Coimbra.
O prior de Santa Cruz
de Coimbra apresentava o vigário, que tinha 200$000 réis de rendimento.
É povoação muito
antiga e foi couto, ao qual o rei D. Manuel deu foral, em Lisboa, a 23 de
agosto de 1514 (Livros dos forais novos da Extremadura, fl. 95, v., col. 1,º).
É terra muito fértil em todos os géneros
agrícolas do nosso país. É nesta freguesia a célebre lagoa do Bom Sucesso.
Ora, pelo que precede, poderemos concluir que Pinho Leal não aprofundou os dados históricos
sobe a freguesia de Quiaios ao contrário daquilo que fez com tantas outras. Bem
sabemos que a informação, à época, não estava na ponta dos dedos, mas, neste
caso, ele limitou-se a escrever os dados mais óbvios.
Quiçá, o aspeto mais relevante por ele apresentado tem a ver com a demografia. Em 100 anos (de 1758 até 1874) o número de fogos triplicou, passando de 300 para 950. Se aplicarmos a regra, demograficamente mais usada, de 4 pessoas por cada fogo, poderemos concluir que a população de Quiaios passou de 1200 para 3800 moradores, no final do século XIX.