A sessão das 5as de leitura que teve lugar nesta quinta-feira, 23 de outubro, na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, contou com a presença do historiador e romancista João PedroMarques.
Sob a batuta suave e competente de Teresa Carvalho, a
moderadora, dando o palco ao convidado, este dissertou sapientemente, enquanto historiador, pela
temática da escravatura, que acabou por ser o pano de fundo deste excelente serão literário, com permanentes ligações a circunstâncias históricas, em que não faltaram também incursões francas e intimistas a alguns aspetos dos seus tempos de estudante de engenharia.
Está claro que, nesta conversa, não poderia faltar uma palavra do romancista sobre os seus
romances. Sobre a sua escrita criativa. Sobre as suas tramas
romanescas, tecidas normalmente ‘em cima’ de “acontecimentos históricos”, onde
ele se socorre de personagens reais e de personagens fictícias, para criar uma “intriga”
e dar corpo às suas ficções. Ou seja, poderemos dizer, em termos metodológicos,
que João Pedro Marques, partindo do conhecimento profundo de uma época
histórica, utiliza a imaginação e a emoção para criar os seus enredos e dar à luz
estes seus 'descendentes', em número de nove, desde 2010. E se o primogénito
foi Os Dias de Febre, o seu ‘filho’ predileto, assumiu-o, é Do Outro Lado do
Mar, sendo o segundo, Uma Fazenda em África, aquele de que os leitores mais gostaram. O
mais novo, com meio ano de vida, Haiti, lançado em maio de 2025, que foi alvo
da leitura de um pequeno excerto pela moderadora, para se referir à
plasticidade e à pormenorizada descrição das personagens, leva-nos até aos
tempos do nascimento do Haiti como país, onde a insegurança, o horror —
genocídio, mesmo, nas palavras do autor — e o amor fazem parte desta urdidura,
de que a seu tempo esperamos dar conta!
No final foram as questões, os autógrafos e um chá interativo, pretexto
para a troca informal de mais algumas palavras que teriam ficado debaixo da língua, ávidas por
significar.
Acácio Pinto
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