O que resta da antiga Fonte do Cão, que existiu a céu aberto na Murtinheira, é hoje uma lápide que a Junta de Freguesia de Quiaios colocou em 2005 sobre umas manilhas de cimento, assinalando a sua existência.
O local, batizado pelos populares de Largo da Fonte do Cão, como não poderia deixar de ser, e que não consta do Google Maps, mereceu, finalmente, uma intervenção de limpeza
pelos serviços da autarquia, que se saúda, esperando-se, contudo, que esta não
tenha sido uma operação de circunstância.
Todos os locais, este como tantos outros, que possam ter associadas
a si estórias de outros tempos, merecem ser olhados, pelas entidades públicas, como espaços
de memória coletiva. E, assim sendo, só a sua preservação e a criação de uma
narrativa associada poderão legar às gerações vindouras o conhecimento das
idiossincrasias e das vivências que os nossos antepassados tiveram no território
que hoje pisamos.
Ao que apurámos (memórias com mais de 40 anos), aquilo que ali
existia antes de a fonte ser lacrada, era uma poça, não muito profunda, onde as
pessoas da Murtinheira se iam abastecer de água para consumo próprio.
Ainda hoje, pela vegetação que é sempre mais viçosa no local (não é visível na foto pelo facto de a vegetação ter sido cortada há pouco tempo), se pode
perceber que a água está mesmo à superfície.
Quanto ao topónimo, ele só (?) poderá estar associado ao
facto de os animais, nomeadamente os cães, ali se irem dessedentar.
TEXTO DA LÁPIDE
FONTE DO CÃO
Local onde existiu uma fonte a céu aberto que abastecia de água o Povo da Murtinheira.
J.F.Q. 2005
Acácio Pinto
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