As eleições europeias que se realizam no próximo domingo,
dia 25 de maio, revestem-se de uma importância extrema para a União Europeia,
na sua globalidade, mas também para o nosso país.
Importantes para a Europa, desde logo, porque através do
voto dos europeus se pode operar uma mudança das políticas neoliberais, de
direita, mais preocupadas com os mercados financeiros, que têm detido o poder
na maior parte dos países europeus, para políticas de cariz social, para
políticas que apoiem a economia e promovam o emprego, ou seja, para políticas
que coloquem as pessoas no centro das decisões.
Importantes para Portugal na dupla perspetiva de que com o
seu voto os portugueses poderão ser agentes ativos dessa mudança de políticas e
simultaneamente significar ao governo do PSD e do CDS, que nos governa vai para
três anos, que as suas políticas, de austeridade expansionista, nos estão a
condenar à pobreza absoluta e que é urgente colocar-lhe um fim.
Ir votar é, portanto, a única atitude que faz sentido. A
única decisão que não vai deixar a possibilidade de serem outros a decidir por
nós, a escolherem o nosso caminho.
O foguetório que os membros do governo têm vindo a deitar
nos últimos meses, as saídas miríficas de que nos têm vindo a falar e as
reuniões ordinárias ou extraordinários do conselho de ministros, mais não são
já do que uma reunião de cobradores de impostos, disfarçados de governantes.
Aliás, aumentar impostos e cortar nos vencimentos e nas
reformas, em aliança com o desmantelamento dos principais ativos públicos, tem
sido a especialidade de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas, sob o nome de
reforma do estado. Nem reforma e cada vez menos estado para quem mais dele
necessita, que são os setores mais frágeis da nossa sociedade.
E este festival permanente de propaganda, do governo mais à
direita dos últimos quarenta anos, nas palavras de Freitas do Amaral, não tem
tido um olhar e uma voz serena e sensata do Presidente da República que,
afinal, se tem revelado, nos momentos cruciais, como um “seguidor” acrítico de
tudo quanto brota da Gomes Teixeira. Aliás, Cavaco Silva, por mais que não
queira, está associado a esta governação desde a primeira hora, pelo menos
desde que inspirou o chumbo do PEC 4, depois do discurso mais ‘virulento’ de
que há memória, proferido na Assembleia da República.
Ir votar é portanto a única decisão que faz sentido no próximo dia 25 de maio. Ir votar para mudar a Europa e ir votar para mudar Portugal.
Ir votar é portanto a única decisão que faz sentido no próximo dia 25 de maio. Ir votar para mudar a Europa e ir votar para mudar Portugal.
Acácio Pinto