Avançar para o conteúdo principal

Termas de S.P.Sul: Deputados socialistas lamentaram fim das comparticipações nos tratamentos termais


LUSA 18.03.2014 - Deputados do PS eleitos por Viseu lamentaram hoje o fim das comparticipações para tratamentos termais, que consideram ter contribuído para o decréscimo de aquistas nas termas de S. Pedro do Sul.
José Junqueiro e Acácio Pinto visitaram na segunda-feira as termas de S. Pedro do Sul, no âmbito do projeto Novo Rumo para a Saúde.
“As termas de S. Pedro do Sul, de longe as mais frequentadas a nível nacional, reúnem mais aquistas do que todas as outras existentes na região Centro, tendo chegado já a receber 24 mil”, referem, em comunicado, acrescentando que, “só nos balneários, no pico da procura, chegaram a trabalhar mais de 220 pessoas”.
No entanto, no ano passado, o número de aquistas foi de apenas 15 mil, “facto que revela a dificuldade de acesso a estes equipamentos de saúde, bem como o declínio da atividade económica local”, consideram.
Na opinião dos deputados socialistas, “o facto de estes tratamentos terem deixado de ter qualquer comparticipação da ADSE e do SNS (Serviço Nacional de Saúde) é um dos maiores constrangimentos”.
A juntar ao fim das comparticipações, “em matéria fiscal, as deduções ao IRS também ficaram prejudicadas e tiveram idêntica decisão” e “o turismo de saúde, sénior, promovido pelo Inatel, acabou”.
“Estes factos, no seu conjunto, revelam que a política de restrição seguida fez entrar em défice todo o setor, com uma preocupante acumulação de desemprego”, afirmam.
José Junqueiro e Acácio Pinto sublinham que “a realidade termal é um recurso natural precioso, habilitante, entre outras realidades, de uma política preventiva na saúde, de cuidados primários, intergeracional, promovendo a utilização regular destes equipamentos durante todo o ano”.
Por isso, dizem ser consensual a necessidade de dar prioridade à “revisão da intervenção da ADSE e do SNS, da política fiscal e do envolvimento dos representantes do setor e autarcas na definição de uma estratégia no próximo quadro comunitário de apoio”.
“Num momento em que melhor prevenção significa menos episódios agudos, menos urgências, menos medicamentos, menos dias de baixa por doença, é inelutável que o caminho seguido até aqui foi um erro grosseiro”, sublinham.
Os deputados socialistas prometem levar o diagnóstico e as suas propostas à Assembleia da República e aos debates e conferências públicas a realizar no âmbito do projeto Novo Rumo para a Saúde.
No sábado, realiza-se no Porto uma conferência cujo primeiro painel temático será a “Contribuição da Saúde para o crescimento económico”.

AMF // SSS

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...