Acabadas que estão as eleições autárquicas
começa a levantar-se o véu e começamos a ter conhecimento dos ataques que este
governo tem na calha contra as pessoas e contra os territórios do interior.
Já não são só palavras, estamos a
falar de intenções, de propostas claras, de planos concretos daquilo que são as
propostas de encerramento de repartições de finanças no distrito de Viseu, com
tudo o que isso acarreta para os concelhos visados.
A previsão, não desmentida, é do
encerramento de repartições de finanças em dezassete dos vinte e quatro
concelhos do distrito.
E aquilo que aqui quero dizer não
é discutir os critérios e as causas motivadoras para se chegar aos sete
concelhos que irão manter a respetiva repartição, o que aqui quero dizer é que
o PS tudo fará para lutar contra tal encerramento, com a firme convicção de que
teremos ao nosso lado as forças vivas da região bem como os autarcas, estes recentemente
legitimados nas urnas.
É que esta subtração de serviços
públicos aos nossos concelhos são machadadas não só na presença do estado
central próximo dos cidadãos, mas são rudes golpes na massa crítica e na
sustentabilidade demográfica dos nossos concelhos. E não restam dúvidas que
estas medidas aceleram a desertificação humana, que todos dizemos querer
combater.
Mas as surpresas pós-eleitorais
não se ficaram por aqui. Fomos também brindados com propostas de cortes nas pensões
de sobrevivência e de viuvez. E estes cortes não são só para as pensões
futuras, são mesmo para todas e portanto é uma medida com efeitos retroativos o
que configura uma violação do princípio constitucional da confiança.
Mas mesmo não indo por aí, isto
viola tudo quanto governantes desta maioria andaram a dizer e a apregoar, pondo
em causa toda a sua dignidade política e pessoal, mas sobretudo colocando em
risco, caso estes cortes avancem, a mais elementar das dignidades das pessoas
visadas, que é viver com dignidade.
Com estes ataques estamos a
colocar em causa princípios histórico-culturais em que assenta a nossa
comunidade. O governo português com estas opções está a matar a nossa estrutura
de valores enquanto comunidade, a hipotecar a nossa coesão social e a ceder à
voracidade e à gula financeira dos mercados detidos por uns quantos mascarados
escondidos atrás da troika.
A tudo isto temos que dizer não. Temos que manifestar a nossa revolta em cada dia que passa, em cada local onde aconteça vida!
A tudo isto temos que dizer não. Temos que manifestar a nossa revolta em cada dia que passa, em cada local onde aconteça vida!
Acácio Pinto
Diário de Viseu 2013.10.11