Avançar para o conteúdo principal

Deputados do PS questionaram o governo sobre atrasos no pagamento aos colégios de ensino especial

Os deputados do PS, Acácio Pinto, Nuno Sá, Odete João, Sónia Fertuzinhos, Jacinto Serrão, Idália Serrão e Carlos Enes, colocaram hoje, dia 30 de outubro, aos ministros da educação e ciência e ao da solidariedade, emprego e segurança social a seguinte pergunta:
«Ex.ma senhora presidente da assembleia da república:
Mais uma vez os colégios do ensino especial estão confrontados com problemas relacionados com o atraso nos pagamentos por parte do governo – ministério da educação e ciência e da solidariedade, emprego e segurança social.
Este atraso, no cumprimento das obrigações por parte do estado, coloca gravíssimos problemas às entidades promotoras deste serviço público prestado às pessoas, jovens e adultos, portadoras de deficiência.
Passado mais de um mês e meio sobre o início do ano letivo a rutura está iminente, por parte destes colégios, pois não conseguem cumprir com o pagamento dos salários aos seus colaboradores, com o pagamento aos fornecedores e com os pagamentos legais ao estado (finanças, segurança social…).
Está, assim, colocado em causa o normal funcionamento destas instituições, que se veem apanhadas no centro de um furacão sem que para tal tenham contribuído e, assim, estando mesmo em risco de ficarem sem aulas e acompanhamento centenas de crianças e jovens, que neste contexto serão remetidas para as suas casas com todos os problemas que daí advirão para os próprios e para as respetivas famílias.
O Partido Socialista considera urgente a regularização desta situação, bem como o compromisso de que não se repetirá esta situação no futuro, como condição indispensável para a salvaguarda destas escolas e da resposta de importância extrema que proporcionam a milhares de crianças, jovens e adultos.
Pelo que precede os deputados do PS, signatários, vem solicitar, através de vossa excelência, nos termos constitucionais e regimentais, ao ministro da educação e ciência resposta às seguintes questões:
1. Quando vai o governo regularizar a situação supra exposta?
2. Reconhece o Governo que ao não fazê-lo, urgentemente, coloca em causa o funcionamento e a missão destas instituições?
3. Reconhece o governo que através desta conduta empurra estas escolas para situações gravíssimas de incumprimento de obrigações legais com trabalhadores, fornecedores e com o próprio estado?
4. Reconhece o governo que com esta conduta está a colocar em causa o direito destas crianças, jovens e adultos a condições de estabilidade pedagógica fundamentais para a sua inclusão?»

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...