Avançar para o conteúdo principal

Deputados do PS questionaram o governo sobre ligação: A24 (Valdigem) - Armamar - Tabuaço - S. J. Pesqueira

«Ex. ma Presidente da Assembleia da República,
Desde sempre que o Douro foi uma região de extrema importância para economia portuguesa nas suas mais diversas vertentes: agrícola, paisagística, cultural, patrimonial e, como corolário, na vertente do turismo.
Atentas todas as suas características a Unesco conferiu em 2001 ao Alto Douro Vinhateiro, a mais antiga região vinícola demarcada do mundo, desde 1756, o título de património da humanidade.
Foi com a finalidade de conferir a este território a centralidade que ele de facto merece que na última década foram efetuados vultosos investimentos, de que destacamos, entre muitos outros, o Museu do Douro, o Museu do Côa, estes agora relegados para segundo plano pelo governo, e a A 24.
E se é bem verdade que nestes dois últimos anos temos vindo a assistir a um claro desinvestimento na região nos mais diversos setores, não acreditamos que o governo queira prosseguir este caminho e que, no atual contexto de investimentos vultosos em infraestruturas e acessibilidades e em planos de crescimento no país, não priorize o Douro como um território que carece de algumas obras essenciais para aumentar a sua coesão territorial, de que é exemplo a ligação à cota alta, alternativa à estrada nacional 222, entre o nó de Valdigem da A24 – Armamar – Tabuaço – São João da Pesqueira, incluindo a ligação do nó de Barcos a Tabuaço e ao IC 26 em Moimenta da Beira.
Aliás, esta questão mereceu também a atenção, em outubro de 2010, de deputados do PSD, alguns deles ainda no governo, ou no governo até há escassos dias atrás, casos de José Cesário e de Almeida Henriques (vide pergunta 626 XI/2) como sendo “fundamental e decisiva no sentido de prosseguir a política de coesão territorial e social e, sendo de proximidade, se transformaria em factor de crescimento da economia e do emprego.”
Registe-se que, igualmente, os autarcas dos municípios envolvidos têm sido incansáveis na demonstração das mais-valias para as pessoas e para as empresas dos seus territórios, que adviriam com a execução desta acessibilidade, de variante à EN 222, à cota alta.
É, pois neste contexto, de vultosos investimentos nacionais que o governo disse ir efetuar em acessibilidades rodoviárias e ferroviárias e de anunciados planos de crescimento, que os deputados do PS eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu, vêm, através de vossa excelência, senhora presidente, colocar ao ministro da economia e do emprego a seguinte questão:
1. Considera o ministro da economia e do emprego, à semelhança dos seus colegas/ex-colegas de governo e de ministério, como prioritária a construção, à cota alta, da ligação do nó de Valdigem, Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira, incluindo o nó de Barcos a Tabuaço e ao IC 26 em Moimenta da Beira?
2. Em caso afirmativo qual o grau de prioridade e o calendário para a construção desta via “decisiva no sentido de prosseguir a política de coesão territorial e social e, sendo de proximidade, se transformaria em fator de crescimento da economia e do emprego”?
Palácio de São Bento, quarta-feira, 24 de Abril de 2013
Deputado(a)s
ACÁCIO PINTO (PS)
JOSÉ JUNQUEIRO (PS)
ELZA PAIS (PS)»

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...