Avançar para o conteúdo principal

[opinião] Temos que mudar de práxis na educação, quer em Viseu, quer no país!


Os espaços escolares, salas de aula e logradouros, têm que merecer, por parte dos responsáveis, uma atenção permanente para que a qualidade do ensino e da aprendizagem e a segurança dos alunos e profissionais não sejam nunca aligeiradas.
Este aspeto, porém, não tem estado na ordem do dia por parte dos responsáveis políticos do ministério da educação e deste governo. Direi mesmo que tem sido negligenciado por este governo.
Se em termos globais podemos dizer que temos uma rede edificada que cobre, de modo adequado, todo o território nacional, já no que concerne às necessárias obras de requalificação dos edifícios, fruto do tempo passado, os problemas são inúmeros, não se vislumbrando qualquer solução, para além do plano de remoção do amianto, com seis milhões de euros para 2013. Muito escasso, convenhamos!
O que precede pode ser evidenciado através de uma resposta que o ministério da educação deu, recentemente, aos deputados do PS, quanto à requalificação de obras no distrito de Viseu, que estavam previstas há mais de dois anos.
Pois bem, nem essas são para fazer, nem outras estão priorizadas ou em fase de estudo.
Falo das escolas secundárias de São Pedro do Sul, Moimenta da Beira, Mangualde, Latino Coelho (Lamego) e Viriato (Viseu). Para todas a resposta é não. Não irão avançar as obras que tinham sido definidas entre o estado, as autarquias e as comunidades educativas, algumas delas em fase final de processo, já há dois anos atrás, o que revela que o estado não é pessoa de bem.
Há até o caso de São Pedro do Sul, em que o estado, no pressuposto do início das obras de requalificação e ampliação da escola secundária, alienou um edifício escolar à autarquia, apesar de neste momento ainda se manterem lá mais de quatro centenas de alunos. Imaginem que a autarquia não era pessoa de bem!
Mas os problemas não se ficam por aqui. Há também um vasto número de escolas básicas que carecem de um plano urgente de requalificação.
O caso mais mediatizado nos últimos anos foi o da escola Grão Vasco, de Viseu. Há dois anos atrás, os deputados do PSD e do CDS, na oposição, clamaram à porta da escola por obras e por condições dignas de trabalho. Contudo o que é facto é que, mal chegaram ao governo, tiveram um lapso de memória. E alguns deles têm ou tiveram responsabilidades governativas, de que são exemplo Paulo Portas e Almeida Henriques.
Não vou dizer que o PS fez tudo bem, mas é um facto que a confiança tem que ser restabelecida entre a política e os cidadãos. É, pois, tempo de mudança de práxis e de políticas quer em Viseu que no país.

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...