Avançar para o conteúdo principal

Pergunta dos deputados do PS ao governo sobre falta de médicos no concelho de Tondela


«Ex. ma Sr.ª Presidente da Assembleia da República
Segundo uma tabela do ACES Dão Lafões III, reportada a 10 de setembro de 2012, que se anexa, o concelho de Tondela, bem como todo o agrupamento, apresenta graves problemas no que concerne ao número de médico que possam dar resposta às populações do seu território.
A 10 de setembro de 2012 a UCSP de Tondela tinha 8.536 utentes sem médico, a UCSP de Canas de Santa Maria tem 2.825 utentes sem médico e a UCSP de Campo/Caramulo tem 2967 utentes sem médico o que perfaz, segundo a citada tabela, 14.328 utentes sem médico de família, o que coloca o concelho de Tondela no mais fustigado pela falta de médicos na região centro e porventura a nível nacional.
Esta situação assume uma gravidade absoluta e muito se estranha o manto de silêncio das autoridades e dos eleitos sobre esta problemática de completa degradação das condições de assistência médica às pessoas, neste caso a nível dos cuidados de saúde primários, mesmo que entretanto se tenham colocado alguns recursos humanos médicos no concelho.
Há, pois, um comportamento muito lesivo, por parte da administração, para os interesses das populações, traduzido igualmente no esvaziamento das extensões de Barreiro de Besteiros, Tonda, Molelos, Lobão da Beira e Lajeosa do Dão.
Face ao que precede os deputados do PS, signatários, vêm, nos termos constitucionais e regimentais, solicitar ao senhor ministro da saúde, através de vossa excelência, senhora presidente da Assembleia da República, os seguintes esclarecimentos:
1. Conhece o senhor ministro da saúde a tabela que anexamos?
2. Se sim, qual a decisão que tomou de imediato para suprir as carências de médicos que possam colmatar os milhares de utentes sem médico no concelho de Tondela?
3. Se não, por falta de informação da ARS Centro, quando irá repor o número de médicos em falta no concelho de Tondela e normalizar os cuidados primários de saúde às populações?
Palácio de São Bento, sexta-feira, 26 de Outubro de 2012
Deputado(a)s
ACÁCIO PINTO (PS)
JOSÉ JUNQUEIRO (PS)
ELZA PAIS (PS)»

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...