1. Agostinho Ribeiro era o
diretor do museu de Lamego há muitos, muitos anos. A sua diligência, a sua
entrega, a sua paixão, o seu saber, em suma, a sua competência eram e são
inquestionáveis.
Houve, porém, quem entendesse que
o seu “trabalho” não era correto e vai daí havia que correr com ele e foi o que
fizeram! Não, não falo de trabalho museológico, esse fala por si; não, não falo
de trabalho em prol da cultura, esse está-lhe na alma; não, não falo do seu
trabalho em defesa das tapeçarias flamengas ou das pinturas de Vasco Fernandes,
esse corre-lhe nas veias…
O trabalho “incorreto” de
Agostinho Ribeiro, que lhe valeu um passaporte de ida, foi o de incapacidade de
dobrar a cerviz perante interesses comezinhos de caciques bolorentos que só
sabem lidar com seres amestrados.
Aqui fica o meu testemunho de
apreço pelo trabalho intransigente e ímpar de Agostinho Ribeiro na defesa da
cultura e da museologia, enquanto diretor do museu de Lamego.
2. O governo fez um aprofundado
estudo sobre fundações, ainda secreto, embora se conheça já o seu primeiro
resultado: encerramento de quatro fundações.
Dessas quatro, duas estão
sediadas na região do Douro, portanto no interior profundo, abrangendo direta e
indiretamente o distrito de Viseu.
É mais uma medida na linha de
tantas outras que o governo tem vindo a tomar contra o interior com prejuízos
evidentes para a cultura, para o turismo e, afinal, para a economia e a
sustentabilidade da região. Estamos a falar de instrumentos estruturantes para
o Douro, património da humanidade que ano após ano se tem vindo a impor como um
destino de grande qualidade.
3. António Borges, esse guru da
finança e da economia, como dizem os seus adoradores, foi mal-educado com os
empresários e com os portugueses. Não é admissível que o governo de Portugal
permita a um ser humano que nunca fez mais do que vender-se ao capital selvagem
dizer o que ele disse em relação aos empresários portugueses.
Terão defeitos (quem os não tem?)
mas esta soberba de pregar aos quatro ventos que são todos burros menos ele é
de uma prepotência inaudita e merece um desprezo absoluto. Até Bagão Félix,
ex-ministro das finanças, vem dizer que faz parte dos portugueses completamente
ignorantes.
Estamos cansados de mal-educados!
Depois admirem-se do que se vier a passar na rua!
Acácio Pinto
Notícias de Viseu | Jornal do Douro