A grande notícia da inauguração
da nova sede do PS de Lamego foi a declaração de Manuel Ferreira de candidatura
à Câmara Municipal de Lamego.
Surgiu num momento importante
para o PS a nível local e nacional. O discurso por ele proferido foi um
discurso forte e foi um discurso com uma clara estratégia de rutura com a
situação de apatia e de descalabro estrutural em que se encontra lançada a
autarquia e, também, o concelho de Lamego.
Manuel Ferreira assumiu-se, na
boa linha socialista, como um defensor da liberdade, da democracia e do
necessário casamento, destes valores, com o desenvolvimento dos territórios e
com a qualidade de vida das pessoas.
Lamego precisa de quem diga alto
e bom som que o Douro tem alma e tem vontade de afirmação. Que tem querer e tem
valor para além da pequenez de tantos dos seus mesquinhos intérpretes.
Lamego precisa de quem grite que
o seu património cultural e paisagístico não pode ser despromovido por
insensíveis decisores centralistas. Que o museu de Lamego tem que ser
requalificado e que não podem usá-lo e abusá-lo a nível de quem o dirige, nem
menorizá-lo perante os seus pares.
Lamego precisa de ter voz, voz
forte, quando lhe amputam a si e a toda a região instituições estruturantes,
como as fundações Museu do Douro e Parque Côa. Precisa de ter uma voz
inequívoca na defesa da educação, da saúde, da segurança pública e do círculo
judicial.
Mas Lamego também precisa de quem
compreenda verdadeiramente os Remédios, as Meadas, Balsemão e de quem acarinhe
e estabeleça parcerias com as suas instituições militares e religiosas.
De quem saiba ser par. De quem
saiba ser ator de proximidade. De quem possa exprimir as dores dos seus agricultores.
Dos comerciantes. Dos empresários. De quem conheça os produtos da casa. Os
produtos endógenos, como a uva e a cereja, ou as suas marcas transfronteiriças,
como os seus espumantes e as suas bolas, de carne, de bacalhau.
Manuel Ferreira, conheço-o há muito,
vem nessa linha de grandes homens que o PS ofereceu, como autarcas, a Lamego.
Na linha de Rui Valadares e de José António Almeida Santos, só para me cingir
aos dois presidentes de câmara socialistas, mas sem esquecer uma palavra para o
Agostinho Ribeiro e para o Joaquim Sarmento, dois homens da cultura e do
humanismo que também muito de si deram à cidade e ao concelho.
Manuel Ferreira, assim os
lamecenses o interpretem na sua plenitude, será um grande presidente da câmara municipal
de Lamego.
Acácio Pinto
Jornal do Douro