Avançar para o conteúdo principal

Pergunta ao governo no âmbito do ensino do português no estrangeiro

Conjuntamente com o deputado Paulo Pisco apresentei no dia 30 de novembro na AR um conjunto de perguntas ao governo - ministro de estado e dos negócios estrangeiros - relacionadas com a cessação de contratos com docentes do ensino de português no estrangeiro e isto na sequência do despacho n.º 16149/2011 de 29 de novembro, dos ministros de estado e dos negócios estrangeiros e da educação e ciência, que afetou 49 docentes do Ensino de Português no Estrangeiro, em França, Suíça e Espanha, que terão de cessar funções até 31 de dezembro deste ano.
Estes professores, que iniciaram normalmente o ano letivo, irão cessar funções deixando milhares de alunos sem aulas. E, alguns deles, não tendo escola de origem, irão directamente para o desemprego.
Desde o início deste ano lectivo registaram-se outras anulações de concursos e a extinção de lugares que não foram preenchidos ou cujos professores se aposentaram.
Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis os deputados signatários solicitam ao ministro dos negócios estrangeiros os seguintes esclarecimentos:
- Em que critérios se sustentou o governo para fazer cessar as funções destes quarenta e nove professores?
- Qual a estratégia que o governo irá implementar para que os alunos, que agora ficam sem aulas, não saiam prejudicados?
- Qual o modelo de ensino que o governo pretende implementar para os jovens portugueses que residem fora de Portugal?
- A extinção de lugares de professores do ensino de português no estrangeiro vai continuar?
- Qual é o valor global das indemnizações que serão pagas aos professores que irão cessar funções até 31 de dezembro?
- Quantos professores, e onde, ficarão a desempenhar funções a partir de 1 de janeiro de 2012?

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

Frontal, genuíno, prestável: era assim o António Figueiredo Pina!

  Conheci-o no final dos anos 70. Trabalhava numa loja comercial, onde se vendia de tudo um pouco. Numa loja localizada na rua principal de Sátão, nas imediações do Foto Bela e do Café Sátão. Ali bem ao lado da barbearia, por Garret conhecida, e em frente da Papelaria Jota. Depois, ainda na rua principal, deslocou-se para o cruzamento de Rio de Moinhos, onde prosseguiu a sua atividade e onde se consolidou como comerciante de referência. Onde lançou e desenvolveu a marca que era conhecida em todo o concelho, a Casa Pina, recheando a sua loja de uma multiplicidade de ferramentas, tintas e artefactos. Sim, falo do António Figueiredo Pina. Do Pinita, como era tratado por tantos amigos e com quem estive, há cerca de um mês e meio, em sua casa. Conheceu-me e eu senti-me reconfortado, conforto que, naquele momento, creio que foi recíproco. - És o Acácio - disse, olhando-me nos olhos. Olhar que gravei e que guardo! Quem nunca entrou na sua loja para comprar fosse lá o que fosse? Naquel...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...