1. Por razões atendíveis, que se saberão, Passos Coelho anunciou uma crise política na sua intervenção do Pontal. Razões que só ele e alguns dos seus mais directos (e escondidos) estrategas sabem porquê. Mas o que é facto é que lançou uma forte instabilidade nos portugueses com estas palavras destemperadas.
Disse que não estaria disposto a viabilizar o Orçamento de Estado se não se reflectissem nesse documento um conjunto de preocupações que ele apresentou. É bom que se lembre que algumas delas seriam a própria negação do PEC que o seu partido viabilizou na Assembleia da República.
Bem esteve Sócrates ao dizer-lhe, em Mangualde, que o PS não deseja nem provoca crises políticas mas não as teme!
2. Por razões atendíveis, que se sabem, Passos Coelho e o PSD andam há uns tempos a vender uma proposta de revisão constitucional que já é de todos bem conhecida. Desmantelar o Serviço Nacional de Saúde, destruir a Escola Pública, privatizar a Segurança Social e permitir o despedimento de trabalhadores por “razões atendíveis” (por sms, por exemplo?).
Mas estas tão fortes convicções que no início eram vendidas como sendo o top dos sociais-democratas e resultavam de um amadurecimento interno, têm vindo a vacilar depois de alguns estudos de opinião darem o PSD em perda e de muitos “barões” as terem contestado.
Que raio de convicções são estas que se deixam assim abalar ao primeiro vendaval? É que já se preparam para fazer mudanças na sua formulação!
Bem esteve Sócrates ao dizer-lhe, em Mangualde, que o PS não troca a Revisão Constitucional pela aprovação do Orçamento de Estado. Haja responsabilidade!
3. Por razões atendíveis, claras, o Ministro da Agricultura, António Serrano, visitou as áreas ardidas do Distrito de Viseu, mais concretamente nos concelhos de Mangualde, São Pedro do Sul, Castro Daire, Moimenta da Beira e Tabuaço. Veio inteirar-se da dimensão do problema, ouvir as opiniões dos diversos intervenientes no território sobre as soluções para o futuro e transmitir quais as medidas já tomadas (apoio aos criadores de ovinos, caprinos e bovinos) e a tomar para minimizar os problemas dos agricultores.
Junto dele os autarcas de todos os partidos, os agricultores, os bombeiros, as forças de segurança e tantos outros puderam apresentar os seus pontos de vista e escutar, também, as suas ideias sobre este problema que tem sido cíclico.
De passagem por Tabuaço o Ministro aproveitou ainda para inaugurar o Gabinete de apoio ao Agricultor, uma excelente iniciativa da Câmara Municipal em parceria com o Governo, que visa: i) Elaboração de Projectos de Investimento do PRODER; ii) Recepção de candidaturas a subsídios de apoio à agricultura; iii) Parcelário; iv) Aconselhamento técnico, promoção da agricultura local; v) Legalização de poços e furos; vi) Organização de sessões de esclarecimento sobre temas de interesse para os agricultores.
4. Por razões atendíveis, que ele bem sabe, o Presidente da República deslocou-se neste fim-de-semana a vários concelhos do Distrito de Viseu.