Antes de ir a Belém, Passos Coelho quis ouvir um conjunto de economistas para se aconselhar. Para lhe dizerem qual o rumo que o país devia tomar.
E alguns falaram à saída desse encontro dizendo que “não é democrático o Governo fazer chantagem”, dispararam contra o relatório da OCDE, que a economia não aguenta mais impostos, que... que…
Afinal estava ali a solução para todos os problemas. Estava ali a tese acabada para a resolução da crise, como se alguém os pudesse levar a sério.
Não pretendo entrar em populismos, nem contestar a sua profunda argumentação técnica, mas gostaria, por exemplo, que todos aqueles que ali se deslocaram, por uma questão de transparência, tivessem dito aos portugueses a quanto ascendem as múltiplas reformas douradas que Portugal lhes paga.
Não dará para desconfiar das teorias de muitos destes economistas que quando no poder, quando Ministros, afinal, o que fizeram foi serem os co-autores desta crise? Os tais que não conseguiram tomar as medidas que agora “sabem” que os outros devem tomar?
Já todos sabemos o que pretende Passos Coelho e o PSD: ser “coveiro” do Estado Social, do Serviço Nacional de Saúde e da Escola Pública.