Após uma refeição bem degustada na Tasca Alentejana, em
Águas Boas, e depois de uma sobremesa condimentada por uma saborosa tertúlia
entre livres-pensadores, eis que a orca de Forles, a norte do concelho de Sátão, ali estava mesmo à mão para
uma visita!
Bem, bem… mesmo à mão nem por isso! Idos de Forles e depois
de nos ser anunciada a 1700 m de distância eis que as encruzilhadas surgiram e nem
mais uma placa indicativa, para quem ia por aquele caminho. Com recurso ao
Google Earth lá conseguimos chegar.
A Orca de Forles, um dos primeiros dólmens da Beira Alta a
ser inventariado e escavado em 1896 por Leite de Vasconcelos, esse vulto da
arqueologia, apresenta-se hoje como um monumento restaurado, supostamente com a
sua configuração e traça inicial.
Como os demais da Beira Alta “a primeira fase de uso deste
monumento deve ter acontecido há cerca de seis mil anos.” Porém, a maior parte
dos utensílios e artefactos exumados nas escavações de 2020/21, que deram
origem a esta requalificação, pertencem à Idade do Cobre ou mesmo do Bronze.
Além daqueles utensílios, há também referência, por parte
dos vários investigadores que estudaram esta Orca, a uma figura pintada de
vermelho no esteio da cabeceira.
De referir que a Escola Primária de Forles foi transformada
em centro interpretativo deste monumento megalítico.
Duas notas finais: a primeira para elogiar o trabalho da
autarquia, sempre importante de requalificação dos nossos vestígios
arqueológicos; a segunda para dizer que não seria difícil efetuar o corte, duas
ou três vezes no ano, das ervas do terreno de enrocamento do monumento e de
toda a área envolvente!
Post Scriptum
Diz-se que teria existido, em local situado entre Forles e
Águas Boas, um povoamento antigo, pré-histórico (?), designado de Candieira. Não
temos qualquer fundamento para esta teoria para além de uma memória antiga de
alguém que já partiu!
Acácio Pinto