Foram vários os artistas plásticos (AQUI) que ao longo do tempo se encantaram e renderam à Praia de Quiaios, para além dos inúmeros realizadores (AQUI) e fotógrafos que captaram com as suas câmaras os excelentes enquadramentos da Serra da Boa Viagem e do mar que beija o extenso areal, a norte.
Trazemos hoje à colação o artista plástico de renome
internacional Zé Penicheiro que nasceu em Candosa, no concelho de Tábua em 1921
e faleceu, em 2014, na Figueira da Foz, onde foi sepultado.
Mas como não se pretende nesta breve crónica traçar a biografia do artista, vamos, tão só, deixar breves notas sobre a sua ligação à Praia de Quiaios.
Desde logo porque ele tinha casa, precisamente, no n.º 9 da “Rua Galeria Convés”, que assim foi batizada em homenagem ao mestre. É que Zé Penicheiro havia criado em Aveiro, junto à Praça do Peixe, uma pequena galeria, que também funcionava como o seu atelier/estúdio, onde teve alguns jovens discípulos que queriam aprender as suas técnicas e a que deu o nome de “Galeria Convés”.
Mas, para além de ali ter residido, a sua vivenda ainda ostenta hoje, na parede do alçado principal, uma pintura cujas formas e cores são do mestre.
Igualmente, em 1982, quando a Junta de Freguesia de Quiaios decidiu
homenagear “As gentes da terra e do mar”, com a execução de uma estrutura de
betão (um trapézio e um triângulo) junto ao acesso principal da praia, entendeu que não tinha de ir procurar
mais ninguém para dar cor àquela base de cimento que não fosse Zé Penicheiro. E
foi assim que o mestre projetou, com as suas formas tão características, e
pintou, com a sua policromia de sempre, o painel que ainda hoje perdura.
Pode-se dizer que, com aquela decisão, a autarquia homenageou não só as gentes da terra e do mar, objetivo gravado em letras metálicas naquele memorial, como também, de forma bem marcante, perpetuou e projetou urbi et orbi o nome de Zé Penicheiro.
Acácio Pinto, 24 de setembro de 2025
Mais neste blogue sobre QUIAIOS
Também pode ler AQUI