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[opinião] Isto não é um orçamento é um tormento!


1. Assim como o crescimento eterno não existe, também a austeridade perpétua está condenada ao fracasso. E se isto parece elementar para qualquer pessoa dotada de um mínimo de bom senso, tal não se passa, porém, na mente desses políticos iluminados que nos governam, nomeadamente, Passos, Portas e Gaspar, para quem o erro nunca é seu nem das suas políticas mas da realidade.
São muitos, quase todos, e vindos de todos os quadrantes, da política à economia, das empresas às universidades, aqueles que hoje se insurgem contra as medidas que têm vindo a ser seguidas por este governo e que são amplificadas e muito no orçamento para 2013, aprovado na Assembleia da República pelo PSD e pelo CDS.
O PS votou contra e podemos dizer que fez o que devia, porém, os seus votos conjuntamente com todos os outros que votaram contra não chegaram para rejeitar este documento nocivo para Portugal e para os portugueses.
Resta-nos continuar. Continuar a lutar todos os dias e a propor medidas alternativas a esta austeridade cega destes eurocratas "merkelizados". Continuar a lutar em favor de todos quantos em 2013 verão a sua vida com menos rendimentos, com menos empregos, com menos qualidade.
António José Seguro disse a este propósito durante a discussão do OE 2013: «Não existe uma segunda oportunidade para votar este orçamento, nem há margens para enganos, muito menos para voltar ao início. Não há lugar a desculpas nem álibis. Este é um dia sem regresso, onde cada um de nós parte acompanhado com a responsabilidade do nosso voto.»
2. Participei, esta semana, numa sessão do parlamento dos jovens na escola básica general Serpa Pinto, de Cinfães, em que o tema era “ultrapassar a crise”.
E não resisto em partilhar aqui muitas das ideias que surgiram dos alunos do 3º ciclo participantes neste programa que visa motivar a participação cívica e democrática dos alunos.
Do cultivo de terrenos agrícolas abandonados à limpeza das florestas, do incremento do setor turístico ao aumento das exportações de produtos com forte componente de matéria-prima portuguesa, do combate à corrupção ao apoio às pequenas e médias empresas através da redução de impostos, da criação de empregos para os jovens formados em Portugal à forte taxação dos rendimentos mais elevados, foram, entre muitas outras, medidas que os alunos apresentaram para ajudar a ultrapassar a crise.
Concordo com os alunos e direi que esta é a linha justa em termos estratégicos, restando ao governo criar as medidas que lhe possam dar corpo. Só um governo isolado e entrincheirado numa austeridade ilimitada poderá não escutar mais estas vozes, jovens mas assertivas.
Estas propostas irão estar em debate na comunidade escolar nas próximas semanas, esperemos que o governo as venha também a colocar em debate no país.
Acácio Pinto
Jornal do Douro | Notícias de Viseu

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