Foram recentemente divulgados os
resultados de estudos internacionais que revelam as tendências no ensino da
Matemática e das Ciências (TIMSS) e os progressos de Leitura e Literacia (PIRLS)
e neles se refletem os resultados e a evolução em cerca de 50 países, entre os
quais Portugal, a nível do 4º ano de escolaridade.
Portugal tinha participado no TIMSS em
1995 e década e meia depois, em 2011, fica bem patente a evolução do seu
desempenho.
Quer no domínio da matemática, quer no
domínio das ciências, Portugal ficou em lugares fica em posições muito
positivas (15º e 19º, respetivamente), entre os 50 países participantes, sendo
mesmo o país em que a progressão positiva dos resultados, relativamente a 1995,
mais se acentuou.
E se nos centrarmos só no universo de
países da União Europeia, então Portugal fica em 7º e 12. Lugar.
A nível do PIRLS, que incide na
competência de leitura, foi a primeira vez que Portugal participou e ficou em
19.º lugar entre 45 países participantes, e em 8.º se tomarmos em conta os
países da União Europeia.
Ou seja, há duas coisas, pelo menos,
que estes resultados mostram: i) que Portugal fez um trajeto verdadeiramente
notável ao longo destes 15 anos, subindo da cauda das comparações internacionais
para o pelotão dos países que partilham a mesma modernidade política, cultural
e económica e que olham para a educação como instrumento de cidadania e
prosperidade; ii) que a introdução do exame no 4º ano, levada a cabo por este
governo, estava longe de ser uma necessidade pedagógica como se vê pelos
resultados.
Se a estes dois estudos internacionais
adicionarmos o estudo PISA verificamos que Portugal estava a fazer um caminho
seguro e com políticas corretas na educação. E podemos mesmo acrescentar que países,
apontados pelo atual governo como inspiradores das suas políticas, como a
Alemanha e a Suécia, ficam atrás de Portugal o que não deixa de ser um
indicador curioso.
O que se esperava era que no
ministério da educação se soubessem ler estes resultados com orgulho para
Portugal e não com uma ponta de “inveja”, como aconteceu com a nota emitida
pelo gabinete de Nuno Crato, onde se desvalorizavam os resultados.
Não fica bem esta sobranceria política
por parte de um ministério que, ainda por cima, tem um cientista investido nas
funções de ministro.
NOTA: Aproveito esta oportunidade para
desejar a todos um FELIZ NATAL.
Acácio Pinto
Notícias de Viseu | Jornal do Douro