Avançar para o conteúdo principal

Governo, afinal, também quer encerrar tribunais de SÁTÃO, VOUZELA E S.J.PESQUEIRA

Comunicado dos deputados do PS, Acácio Pinto, José Junqueiro e Elza Pais, a propósito de mais três tribunais que o Governo, o PSD e o CDS/PP querem encerrar no distrito de Viseu:
COMUNICADO
Aos tribunais de Oliveira de Frades, Nelas, Castro Daire, Resende, Armamar e Tabuaço é agora acrescentado, pelo Governo, o encerramento dos tribunais de VOUZELA, SÁTÃO E SÃO JOÃO DA PESQUEIRA.
A confirmar-se esta decisão, estamos perante o mais violento golpe alguma vez desferido contra o distrito de Viseu e contra o interior de Portugal.
A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios online que se baseia no novo Quadro de Referência para a Reforma da Organização Judiciária, documento do Ministério da Justiça, a que o jornal teve acesso.
Face à gravidade desta notícia os deputados do PS questionarão no início da semana a Ministra da Justiça sobre estes factos e irão deslocar-se aos três concelhos para reunirem com representantes da Ordem dos Advogados e com outras entidades locais para se inteirarem in loco de toda a situação.
O Governo, o PSD e o CDS/PP querem encerrar tribunais, por mera convicção ideológica e por fundamentação em estudos, de base estatística, elaborados a partir do Terreiro do Paço, portanto, sem qualquer conhecimento do território.
Estamos perante um Governo e uma maioria que, com estas medidas, está a criar, objetivamente, uma justiça para ricos e uma para pobres; uma justiça a que os cidadãos que residem em regiões já de si desfavorecidas, sem transportes públicos, sem vias de comunicação e cada vez com menos rendimentos deixam de ter condições para recorrer, num Estado, que é o seu.
Já não é só a acessibilidade à Justiça que está em causa, são os fundamentos do estado de direito democrático que começam a ficar profundamente abalados.
Uma questão final: Afinal, o que foram fazer os deputados do PSD de Viseu ao tribunal de Vouzela, esta semana? Dar a extrema-unção? Só pode!

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...