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António Costa apresentou a sua agenda para a década em Viseu

António Costa esteve no dia 8 de novembro em Viseu, no auditório da escola superior de tecnologia, para apresentar e debater com os socialistas do distrito a sua moção, a agenda para a década e a proposta de revisão dos estatutos a levar ao XX congresso nacional do PS a realizar nos próximos dias 29 e 30 de novembro na FIL, em Lisboa, no Parque na Expo.
Depois de uma excelente intervenção a abrir, António Costa, no final, em resposta às questões que lhe foram colocadas, dissertou de uma forma muito tranquila sobre os temas que lhe tinham sido propostos por onze socialistas da plateia.
Na mesa esteve, para além de António Costa, Acácio Pinto, diretor distrital de campanha, e os presidentes da concelhia e da federação, respetivamente Adelaide Modesto e António Borges.
A acompanhar António Costa esteve também, presente Carlos César e a diretora nacional da sua candidatura, Ana Catarina Mendes.
Deixo o Guião da minha intervenção:
Traduzirei o sentimento genuíno de todos os presentes e de tantos outros socialistas do distrito de Viseu, militantes e simpatizantes, se lhe disser SEJA BEM-VINDO, É SEMPRE UM GRATO PRAZER TÊ-LO ENTRE NÓS, TÊ-LO NO DISTRITO DE VISEU.
E sendo esta a sua 4ª deslocação ao distrito desde que se iniciou este processo, mas a 1ª depois desta grande e inequívoca vitória do PS nas primárias, da sua vitória, mas do PS, como gosta de dizer, eu quero também dizer-lhe hoje perante todos que tive e tivemos, direi mesmo, todos temos, um grande prazer em aqui estarmos e continuarmos ao seu lado para fazermos do PS o agente da mudança de políticas de que o país tanto precisa.
Tanto precisa: na economia, para inverter o ciclo de desemprego e de insolvências;
Tanto precisa: na educação para acabar com as políticas mais extremistas e fundamentalistas desde os anos 60, nas palavras de Sampaio da Nóvoa;
Tanto precisa: nas qualificações para termos mais quadros técnicos e mais licenciados e não menos como deseja a senhor Merkel… é que ainda estamos muito longe da média europeia e dos valores do horizonte 2020, temos 30%, quando a meta é de 40% de licenciados na faixa dos 30-34 anos;
Tanto precisa: na saúde, para melhorar a acessibilidade aos cuidados primários e hospitalares;
Tanto precisa: na justiça, para não abandonar os portugueses à lei do mais forte; e aproveito para lhe deixar uma preocupação com o excesso de produção legislativo que não confere estabilidade às empresas e às instituições;
Tanto precisa: no combate à exclusão e à pobreza; não nos podemos resignar em ser o país que mais aumentou a pobreza severa e a exclusão na UE;
Tanto precisa: na justa repartição dos esforços e dos benefícios e não para continuarmos a alargar o fosso entre os mais pobres e os mais ricos e a dizimar a classe média…
Enfim, se a política, e de uma maneira especial a do PS, não servir para travar estes combates ela servirá afinal para quê?
Saúdo, pois, as respostas preconizadas na agenda para a década. Nos 4 pilares e nas ações domínio e nas ações-chave.
Tantas e tão oportunas.
Que grande incomodidade estarão a sentir aqueles que, para nos atacarem, o davam como gestor de silêncios e sem ideias!
Que grande incomodidade depois desta moção e desta agenda programática e da adesão que ela já está a ter na opinião publicada, mas também na opinião pública, vão ter esses opinadores de direita!
Fez também bem em propor a alteração dos estatutos. É bem verdade que nunca será aquela que cada um almeja, mas a proposta que aqui nos traz vai no sentido certo, de maior e mais frequente participação de todos nas tomadas de decisão do PS.
Saúdo particularmente a consagração das primárias e a possibilidade que se passa a instituir de trazer os simpatizantes para a participação na vida partidária e nas escolhas do PS, mas também o retomar dos mandatos internos de dois anos.
Quando tanta coisa acontece em dois anos, tanta transformação social e política acontece em dois anos, como é que podíamos ficar reféns de atos eleitorais internos de 4 em 4 anos?
Não nos esqueçamos que já lá vão 25 anos sobre a queda do muro de Berlim. O tempo dos partidos herméticos e dos partidos fechados sobre si já passou.
Termino dizendo-lhe:
António Costa, continue com a sua energia serena, continue a ser você mesmo e conte com todos para lutarmos por uma maioria absoluta e concordando consigo, sem esgotarmos nessa maioria, a abertura à sociedade, mas àquela sociedade que pensa diferente e pensando diferente que quer fazer diferente.

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