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Deputados do PS preocupados com perda da cirurgia na urgência básica qualificada de Lamego


Os deputados do PS, Acácio Pinto, José Junqueiro e Elza Pais reuniram no dia 23 de julho com a administração do Hospital de Lamego para se inteirarem, em concreto, da proposta, que consta num estudo do governo, de fim da atividade cirúrgica na urgência básica qualificada de Lamego.
Nesta sua deslocação os deputados do PS fizeram-se acompanhar pelos socialistas Manuel Ferreira e Marisabel Moutela e depois da reunião e da visita à urgência mais preocupados ficaram pois do número total de doentes que diariamente passam pela urgência cerca de trinta carecem da intervenção de um cirurgião, o que dá todo o sentido à manutenção deste serviço nos moldes atuais.
Os deputados do PS deixaram igualmente claro que estarão muito atentos às especialidades previstas para as consultas externas no novo hospital, não estando disponíveis para aceitar qualquer redução das mesmas.
Os transportes públicos de Lamego para outros hospitais da região, nomeadamente Vila Real, são inexistentes e qualquer tentativa de reduzir, por parte do atual governo, aquilo que está previsto para as consultas externas terá uma forte oposição dos socialistas que se empenharam para a construção do novo hospital, num investimento global de cerca de 42 milhões de euros, que agora não pode vir a ser espoliado destas valências.

NOTÍCIA DA LUSA SOBRE A VISITA DOS DEPUTADOS DO PS
Lamego, 23 jul (Lusa) -- Os deputados do PS eleitos por Viseu mostraram-se hoje preocupados com o futuro do hospital de Lamego, devido à possibilidade do fim da atividade cirúrgica no serviço de urgência e de algumas especialidades das consultas externas.
Na sequência da proposta da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência, os deputados socialistas reuniram hoje com a administração do hospital para falar sobre a prevista desativação da actividade cirúrgica neste Serviço de Urgência Básica.
Em declarações à agência Lusa, no final da reunião, o deputado socialista José Junqueiro contou terem recebido a confirmação de que, "de facto, o que está aconselhado ao Governo pelo estudo é eliminar a cirurgia" da urgência.
Na entender dos deputados, esta proposta não faz sentido, porque, "em média, por dia, há 30 casos que entram na urgência e necessitam de cirurgia".
"Ficámos preocupados, porque isso não respeita o que está contratualizado para este serviço de urgência qualificado", frisou.
Segundo José Junqueiro, a esta preocupação que os deputados já levavam, juntou-se outro problema que desconheciam.
"Na contratualização estão representadas todas as especialidades nas consultas externas, mas ficámos a saber hoje que há uma forte possibilidade de serem cortadas algumas especialidades", criticou.
O antigo secretário de Estado disse que, "a ser assim, a população abrangida pelo hospital precisa de se deslocar para Vila Real", o que não é fácil atendendo à falta de transportes públicos entre as duas cidades.
"A confirmar-se a eliminação da cirurgia do serviço de urgência e o corte de algumas especialidades das consultas externas, haverá um grande retrocesso", lamentou.
Desta forma, acrescentou, quando abrir o novo hospital de Lamego, as pessoas terão "melhores paredes, mas piores serviços".
A Lusa não conseguiu obter, em tempo útil, informações da administração do hospital sobre as questões levantadas pelos deputados do PS.
Já no dia 18, os deputados socialistas José Junqueiro, Acácio Pinto e Elza Pais tinham questionado o ministro da Saúde sobre a possibilidade de perda da valência cirúrgica da urgência de Lamego.
"Em caso desta retirada, está garantido às pessoas um tempo de chegada similar ao atual a uma unidade de saúde com atividade cirúrgica? Onde?", perguntaram.
AMF.
Lusa/fim


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