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Seguro avisa maioria que nunca aceitará que sejam colocadas em causa funções sociais do Estado

LUSA - Lisboa 24 de Julho - O novo secretário-geral do PS avisou hoje a maioria PSD/CDS que os socialistas nunca aceitarão que sejam colocadas em causa as funções sociais do Estado e o equilíbrio das relações laborais estabelecido na Constituição da República.
António José Seguro falava após vencer as eleições para o cargo de secretário-geral do PS com cerca de dois terços dos votos, numa declaração com cerca de 15 minutos e em que disse que os socialistas serão face ao Governo “oposição firme, responsável, construtiva e leal”.
A seguir, o novo líder socialista estabeleceu os limites em termos de consensos com o executivo de coligação PSD/CDS.
“O PS não considera que exista um problema constitucional em Portugal e será firme na defesa das funções sociais do Estado e no equilíbrio das relações laborais estabelecido nos princípios constitucionais”, disse, recebendo uma prolongada salva de palmas por parte dos seus apoiantes.
Em termos de linhas de orientação estratégicas do PS, Seguro disse que o seu partido cumprirá o memorando de assistência financeira a Portugal (assinado pelo executivo de José Sócrates), mas advertiu que não abdicará “de apresentar soluções alternativas de acordo com a declaração de princípios do partido e com o mandato recebido pelos portugueses”.
“O memorando [da troika] não suspende a política”, disse.
António José Seguro voltou a ser muito aplaudido quando colocou o combate à corrupção entre as suas principais prioridades.
“O PS combaterá a corrupção com grande disponibilidade para acordos parlamentares, com todos os partidos, de modo a que seja possível acabar com esta praga que mina o Estado de Direito democrático. A constante desresponsabilização entre o sistema político e o sistema judicial deve dar lugar a uma cooperação que torne eficaz o combate ao crime e, em sentido mais amplo, a uma justiça rápida e acessível”, acrescentou.
Em relação ao atual Governo, Seguro lamentou que os primeiros sinais não sejam bons: “aumento de impostos, contrariando uma promessa eleitoral; injustiça social ao estabelecer que o novo imposto atinge os rendimentos do trabalho, deixando de fora a riqueza e os rendimentos oriundos do capital; rutura com os compromissos assumidos com os parceiros sociais, fragilizando os direitos dos jovens trabalhadores”, especificou, antes de deixar mais um aviso ao executivo.
“O tempo exige rigor, mas também, mais do que nunca, um forte sentido de sensibilidade social”, afirmou.
PMF/Lusa

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