Ele não quer viabilizar o Orçamento. Desde o Verão que ele pensa assim. E disse-o com clareza. Ameaçou, fez chantagem, lançou ultimatos, impôs condições. Mas, como as pressões foram muitas no sentido da viabilização, ele lá foi a jogo para encenar uma boa fé negocial que realmente não existia.
Se dúvidas houvesse atente-se nas declarações de PPC num jantar do PSD em Almada, enquanto decorriam as negociações. Não pode um dos parceiros, enquanto decorre uma negociação, se estiver de boa-fé, tecer as mais duras críticas ao objecto negocial, como foi o caso.
Estamos, portanto, perante uma farsa por parte desta direcção do PSD. Não lhes importa a instabilidade financeira, nem os compromissos internacionais que Portugal assumiu.
Para um partido da dimensão do PSD é preocupante esta deriva de irresponsabilidade política, de PPC, ao aderir às teses da esquerda mais radical do quanto pior melhor.
Seja qual for a decisão que venha a assumir perante o OE para 2011, há uma coisa que já todos percebemos é que para PPC o tacticismo partidário é mais importante que o interesse de Portugal e dos portugueses.