Avançar para o conteúdo principal

(Opinião) A deriva do PSD; a Maçã do Bravo de Esmolfe

1. O PSD, através de Passos Coelho, de Ângelo Correia, de Miguel Relvas, entre outros, prossegue na sua deriva de grande leviandade política, ameaçando em cada esquina com uma crise. Vejam-se os ultimatos, as ameaças, as chantagens e até, agora, a moção de censura que Passos Coelho diz não propor devido à proximidade de eleições presidenciais.
Afinal, Passos Coelho o que quer com esta estratégia é esconder a falta de projectos para o país e ainda evitar o debate sobre a sua inoportuna proposta de Revisão Constitucional que mais não visa do que combater o Estado Social, numa época em que as atenções do país se deviam concentrar noutros objectivos bem mais evidentes.
Mas o que transparece é que Passos Coelho se revela politicamente pouco escrupuloso e que se move por meras lógicas de aparelho partidário em resultado das últimas eleições internas que o elegeram como líder.
É que, por exemplo, ao dizer que não quer o aumento de impostos, e ameaçando com o chumbo do Orçamento, ele bem sabe que está, objectivamente, a contribuir para que a credibilidade internacional do nosso país seja fortemente abalada e por essa via escancaremos as portas à entrada do FMI.
Face a estes comportamentos só poderemos concluir que estamos perante um líder que está mais preocupado com questões meramente partidárias e com tácticas de poder pessoal e de grupo do que com uma visão responsável e de Estado.
Resta-nos esperar que Cavaco Silva, mais do que ouvido, ainda possa ser escutado para os lados deste PSD que se move, cada vez mais, por estratégias de assalto ao poder, nem que passem por desferir um rude golpe no sentido de estado que caracterizou anteriores lideranças.
2. Os deputados do PS eleitos pelo Círculo Eleitoral de Viseu deslocaram-se no dia 9 de Outubro à freguesia de Esmolfe, concelho de Penalva do Castelo, para se associarem à XV Feira da Maçã do Bravo de Esmolfe.
A rainha desta Feira foi, como está bom de ver, a Maçã do Bravo de Esmolfe. Talvez a mais genuína das maçãs portuguesas e também aquela que apresenta excelente margem de progressão produtiva no Distrito de Viseu, quer na sub-região Dão-Lafões, quer na sub-região do Douro.
E se o Distrito de Viseu é um dos Distritos com as maiores produções de maçã a nível nacional, o que nos apraz enaltecer, com cooperativas e produtores fortes, é fundamental que apostemos cada vez mais naquelas qualidades que, verdadeiramente, nos singularizam e fortalecem a nossa identidade, pois dificilmente outras regiões e países conseguem as mesmas condições edafo-climáticas que nós temos para essas culturas. Ou se as conseguem ficam tecnologicamente mais dispendiosas.
É o caso da maçã do bravo de esmolfe. Uma maçã muito aromática, muito suave, com excelentes características anti-oxidantes e que tem vindo a merecer toda a atenção dos serviços do Ministério da Agricultura, das autarquias e das instituições.
Aliás, essa parceria alargada esteve bem traduzida nesta Feira, que envolveu a Câmara de Penalva do Castelo, a Junta de Freguesia de Esmolfe, as cooperativas e produtores, a Felba e os serviços descentralizados do Estado. A marcar a presença do Governo esteve o Secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, que quis deixar bem vincado o seu empenhamento e o do executivo em apoiar e distinguir os produtos locais de qualidade.

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

Frontal, genuíno, prestável: era assim o António Figueiredo Pina!

  Conheci-o no final dos anos 70. Trabalhava numa loja comercial, onde se vendia de tudo um pouco. Numa loja localizada na rua principal de Sátão, nas imediações do Foto Bela e do Café Sátão. Ali bem ao lado da barbearia, por Garret conhecida, e em frente da Papelaria Jota. Depois, ainda na rua principal, deslocou-se para o cruzamento de Rio de Moinhos, onde prosseguiu a sua atividade e onde se consolidou como comerciante de referência. Onde lançou e desenvolveu a marca que era conhecida em todo o concelho, a Casa Pina, recheando a sua loja de uma multiplicidade de ferramentas, tintas e artefactos. Sim, falo do António Figueiredo Pina. Do Pinita, como era tratado por tantos amigos e com quem estive, há cerca de um mês e meio, em sua casa. Conheceu-me e eu senti-me reconfortado, conforto que, naquele momento, creio que foi recíproco. - És o Acácio - disse, olhando-me nos olhos. Olhar que gravei e que guardo! Quem nunca entrou na sua loja para comprar fosse lá o que fosse? Naquel...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...