Da reunião que os deputados do PS, José Junqueiro e Acácio Pinto, efetuaram no dia 6 de fevereiro, nas instalações do Governo Civil, com os diretores dos três CNO que vão encerrar portas no concelho de Viseu (o do IEFP e os das Escolas Secundárias Alves Martins e Emídio Navarro) ficou bem claro o impacto negativo para as cerca de 1500 pessoas que estavam inscritas nos respetivos centros e que assim se vêem confrontadas com uma deslocação para outro centro que ainda por cima não sabem se tem capacidade para tantos formandos.
Para além disso há ainda a considerar que os técnicos e os formadores adstritos a estes centros irão engrossar as fileiras do desemprego.
Há, pois, neste ataque aos CNO um claro desinvestimento na formação e na qualificação dos portugueses e, consequentemente, um desmantelar de um programa que deu excelentes frutos nos últimos anos, como é reconhecido internacionalmente.
No ano anterior, um estudo na Universidade Católica, conduzido por Roberto Carneiro, atribuiu uma avaliação muito positiva ao programa e às expectativas que os formandos tinham dele e deixou evidenciado que esta deveria, pois, ser uma área de investimento e não de desinvestimento.
Porventura, é nos tempos de crise e de dificuldade que a qualificação mais deve merecer a atenção dos governos de forma a dotar os seus recursos humanos com ferramentas e qualificações que lhes permitam ombrear com os seus pares a nível internacional. Só uma mão de obra mais qualificada é mais competitiva e consegue responder melhor aos novos desafios. Porém este, infelizmente, não é o pensamento deste governo que o que tem vindo a fazer é entravar, encerrar e empobrecer o nosso país, nomeadamente o interior.
Além dos CNO supra referenciados irão ainda encerrar os Moimenta da Beira, de S. Pedro do Sul e de S. João da Pequeira, deixando, assim, as pessoas daqueles concelhos, objetivamente, de ter condições para aceder à qualificação e a ver duplamente reconhecidas as suas competências.