(LUSA 16 fev) - O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, considera que os números do desemprego hoje conhecidos são "insustentáveis" e "a prova do falhanço da política do Governo", acrescentando que este é "um dia tristemente histórico".
"É um dia tristemente histórico para os portugueses. Atingimos uma taxa de desemprego de 14%. Este é o resultado de uma política que não tem resolvido os problemas de Portugal e dos portugueses", afirmou Zorrinho, numa declaração aos jornalistas no Parlamento, no final de uma reunião da bancada socialista.
O líder da bancada socialista referiu que "há 15 dias, o conselho europeu numa das suas conclusões, exortava os Governos a fazerem planos e programas de fomento do emprego jovem".
"Passaram 15 dias, muitas medidas foram tomadas que agravam o desemprego, muitas afirmações foram feitas que não mobilizam as empresas e os portugueses para combater este flagelo. Passados 15 dias atingimos este número que é de facto um número insustentável e a prova do falhanço da política do Governo", acrescentou.
Questionado sobre que medidas propõe o PS para combater o desemprego, Zorrinho respondeu que os socialistas "há muito" defendem a adoção "de políticas ativas de apoio à criação de emprego jovem, que sejam lançadas linhas de crédito para financiar a economia, que seja aplicado um programa, que hoje mesmo vai ser debatido na Assembleia República, de reabilitação urbana", um setor "que além de importante e necessário, mobiliza um conjunto de indústrias muito importante do ponto de vista da criação de emprego".
"E, sobretudo, era importante que as políticas tivessem em conta as pessoas e não apenas as ideias", acrescentou
A taxa de desemprego disparou no quarto trimestre para os 14 por cento, face aos 12,4 por cento observados no trimestre anterior, com o número de desempregados a ultrapassar os 770 mil, divulgou hoje o INE.
Em resposta a questões dos jornalistas, Zorrinho recusou comentar o cancelamento da visita de Cavaco Silva a uma escola hoje de manhã por não haver ainda "explicações" e por não gostar de "comentar sem conhecer os pormenores".
Sobre a reunião da bancada do PS, disse que foi "absolutamente normal", tendo sido discutidos os projetos relacionados com o arrendamento e a reabilitação urbana que hoje irão ao plenário da Assembleia da República.