(Lusa 2012.02.18) - O líder socialista reiterou hoje as críticas à "má" proposta de reforma administrativa do território por parte do Governo, apontando o que António Costa fez em Lisboa como um exemplo a seguir.
"O António Costa não precisou de nenhum memorando da 'troika' para perceber e sentir que havia uma melhoria na qualidade da prestação dos serviços aos cidadãos de Lisboa se ele racionalizasse as freguesias do modo como o fez", afirmou secretário-geral do PS, António José Seguro, numa intervenção no encerramento de uma convenção da FAUL sobre a reforma administrativa da capital, onde também estava o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Com elogios ao trabalho do presidente da Câmara de Lisboa, que classificou como "um dos melhores" do PS, António José Seguro lembrou o caminho seguido por António Costa para a reforma administrativa de Lisboa, "um trabalho minucioso, com muita sensibilidade, envolvendo os autarcas todos da freguesia e do concelho", que permitiu chegar a uma "proposta consensual" que corresponde à racionalização sem perda da qualidade dos serviços.
Destacando igualmente a reforma que Joaquim Raposo está a concluir na Amadora, o secretário-geral socialista disse tratarem-se de "dois exemplos que fazem toda a diferença em relação à forma como o Governo atual está a fazer mal a sua proposta de reorganização administrativa do nosso país".
"Quer impor às populações, às freguesias, a cada concelho, a sua própria conceção do que deve ser a reorganização administrativa", acusou, reconhecendo que o país precisa de uma reforma administrativa, "mas não precisa de uma má reforma administrativa", que não tem com conta das realidades sociais ou a acessibilidade aos serviços.
Questionado à saída da convenção pelos jornalistas se os elogios a António Costa foram uma forma de acabar com possíveis divergências dentro do partido, António José Seguro recusou essa análise, sublinhando que se tratou do reconhecimento do "excelente trabalho" que está a ser feito à frente do município de Lisboa.
Interrogado se estão sanadas os 'problemas' que existiram com António Costa no último congresso socialista, Seguro respondeu apenas que é "um homem que olha para o futuro" e a quem "só interessa o futuro".
No discurso que deixou no encerramento da convenção da FAUL, o líder do PS apontou ainda a Lei dos Compromissos como outro exemplo de "uma má lei", considerando que se trata de um diploma que vai "paralisar, bloquear toda a administração pública a começar pelas autarquias e também pelos hospitais no nosso país".
"É uma má lei, porque apenas tem como objetivo limitar a capacidade de autonomia de quem tem a responsabilidade de enfrentar os problemas e de encontrar soluções, é uma má lei porque vem bloquear a possibilidade que sempre existiu de um dirigente ou de um responsável político dirigir um orçamento anual e o facto de condicionar as opções que têm de ser tomadas no dia-a-dia", disse António José Seguro.
(Foto: João Relvas/Lusa)