Avançar para o conteúdo principal

Romance 'O Emigrante' vai ser apresentado em Castelo Branco

No dia 3 de dezembro às 18 horas vai ter lugar no salão da Junta de Freguesia de Castelo Branco a apresentação do último romance de Acácio Pinto, O EMIGRANTE – A saga de uma família abalada por segredos antigos.

A apresentação do livro, a que se associará o presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, José Pires, será efetuada por Hortense Martins, contando, igualmente, com a declamação de poemas alusivos à emigração por Maria de Lurdes Gouveia Barata e com uma intervenção do autor, Acácio Pinto.

O evento terá entrada livre.

 

Sinopse do romance

Em resultado das suas memórias de infância e de múltiplas conversas com emigrantes e antigos emigrantes, neste romance o autor conta-nos a saga de Renato, um emigrante português que nos anos 60 emigrou a salto para França em busca de uma vida melhor.

As peripécias da travessia clandestina das fronteiras, as viagens no Sud Express, completamente à pinha em finais de agosto, o trabalho duro nas obras, a vida diária nos bidonvilles em Champigny e a labuta dos operários numa siderurgia em Le Creusot, fazem parte desta narrativa que traça um retrato fiel das últimas décadas do Estado Novo e do dealbar dos primeiros tempos de democracia.

Mas, para além da distância da família, que ficará em Portugal, é em França que Renato é assolado por revelações de segredos antigos que o irão marcar como filho, como pai, como marido e como homem. Acresce, igualmente, que é numa dessas viagens de comboio que ele conhece um emigrante da Figueira da Foz, cidade onde ele cumprira o serviço militar, de quem se tornou muito amigo. Um encontro tão fortuito como, afinal, tão cheio de desígnios insondáveis.

O Emigrante é uma narrativa tensa, comovente e profundamente humana, onde a ausência e a distância deixam marcas, mas a esperança insiste em abrir caminho para a reconciliação e para cicatrizar as feridas abertas pelos segredos revelados.

 

Outros livros do autor

Antes deste, Acácio Pinto tinha lançado os romances O Volframista (2022) e O Leitor de Dicionários (2024), ambos vencedores do prémio literário Cónego Albano Martins de Sousa, instituído pela Câmara Municipal de Sátão. O primeiro, um romance em torno da exploração de volfrâmio e dos negócios clandestinos para o comercializar a alemães ou ingleses, durante a Segunda Guerra Mundial. O segundo, um “thriller beirão”, centrado na região de Viseu, que, através da vida da personagem principal, ex-seminarista, nos fala do ensino em Portugal no final da ditadura, bem como do trabalho da proteção civil em operações de busca e de salvamento.

Todos estes livros têm a chancela da editora Letras e Conteúdos.

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...