Foi uma viagem maravilhosa. Uma viagem até aos anos 70. Com partida e chegada no CAE (Centro de Artes e Espetáculos) da Figueira da Foz no âmbito da 3.ª Temporada Orquestrae.
O comandante desta viagem, que aconteceu neste sábado, dia
22 de novembro, foi Paulo de Carvalho, esse icónico cantor e compositor, cuja
cantiga E Depois do Adeus foi a
primeira senha para a Revolução do 25 de Abril de 1974.
Este modelo, proposto pelo CAE, não é novo. Já lá assistíramos
a outro
itinerário semelhante, em que à banda do cabeça de cartaz são associadas
filarmónicas do concelho da Figueira da Foz, num resultado verdadeiramente
espantoso.
Ouvir a voz bem timbrada de Paulo de Carvalho entoar os Meninos de Huambo com uma orquestra constituída
por cerca de oito dezenas de músicos da Filarmónica Quiaiense e da Filarmónica
de Lares, a atuarem conjuntamente e com o público a emprestar a sua voz, formando um gigantesco coro, foi uma experiência verdadeiramente imersiva e única.
Ou ouvir Lisboa Menina
e Moça, uma composição musical de Paulo de Carvalho com letra de Ary dos
Santos — a que Carlos do Carmo deu notoriedade — com todo aquele naipe de instrumentos
das filarmonias em fundo, foi delicioso.
Ou ouvir a Mãe Negra só com a ‘música’ e o ritmo da bateria…
Enfim, foi uma noite que nos deu mais, muito mais, do que os
sons da voz e dos instrumentos. E mais do que a simbiose e a fusão de tantas
sonoridades, este concerto despertou e trouxe à tona da pele emoções fundas e
profundas de arrepiar quem outrora as ouviu e viveu.
Obrigado!
Acácio Pinto – novembro de 2025
