E se assim for só poderemos achar o resultado de magnífico. Foi uma ode à música, essa
linguagem universal que faz milagres. Que transforma mais de 800 pessoas num
único ser, num coletivo unido pelas sonoridades de uma centena de músicos em
palco.
Foi tão bom ouvir os diálogos sonoros de instrumentos tão
diferentes. De escutar as disputas das teclas e das guitarras elétricas com o
tão numeroso naipe de instrumentos de sopro. De apreciar os ritmos da percussão
e os silvos doces dos agudos pífaros, o deslizar das crinas do arco nas cordas
do violino e as harmonias das palhetas do acordeão…. Foi tão bom saborear as
vozes de todos, onde nenhuma voz esteve a mais.
Foi isto. Foram os músicos da Sociedade Filarmónica
Figueirense e da Filarmónica Quiaense que estiveram ali, com os Quinta do Bill,
todos juntos, também, quiçá, um corpo só, ante um inflamado anfiteatro que
acabou em interação plena. Em que a plateia se transformou em palco e o palco
foi o ofertório de letras e músicas que alimentaram tantas juventudes idas.
Sim, falo-vos do espetáculo que teve lugar, este sábado, 28
de outubro, no CAE (Centro de Artes e Espetáculos) da Figueira da Foz. Neste
lugar de cultura que se mais não for, e é muito mais, cumpriu com mais este
evento os valores e os princípios de que a cultura, as artes, a música, são a
verdadeira forja da alma de um povo.
Parabéns aos promotores, parabéns aos intérpretes, parabéns
aos que desfrutaram desta especial e singular iniciativa.
Foto: CAE Figueira da Foz