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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2025

Análise de "O Volframista" pelo Rodrigo Santos, aluno do 9.º Ano, em Sátão

  Quando fui falar sobre O Volframista à Biblioteca da EscolaSecundária de Sátão sorteei um livro pelos alunos do 9.°D com a condição de o aluno a quem saísse o livro ter de efetuar uma breve resenha do mesmo após a sua leitura. Por sorteio, o contemplado foi o Rodrigo Santos que, passadas poucas semanas e em cumprimento do compromisso me fez chegar um texto delicioso que publico de seguida. Um agradecimento ao Rodrigo Santos e às professoras que me convidaram para falar com os seus alunos. “Achei a leitura interessante porque apresenta uma parte da história de Portugal que normalmente não vemos com tanto detalhe. A descrição da vida nas aldeias, o medo causado pela ditadura e as dificuldades das pessoas tornam a história muito realista. Os personagens estão bem construídos e sentimos empatia por eles, mesmo quando tomam decisões erradas.   A escrita é clara e acessível, o que facilita a leitura. Além disso, gostei da forma como o senhor conseguiu ensinar história de ...

“A Casa Morreu” é o novo projeto da Amarelo Silvestre

  “A habitação não anda direita, apesar de ser um direito”. De facto não. E não porque “há tanta gente sem casa e tantas casas sem gente”. Pode-se dizer que é em torno disto, da falta de habitação e do negócio imobiliário que este projeto da Amarelo Silvestre, de Canas de Senhorim, se move. E move-se bem. Com três atores em palco e uma vasta equipa em bastidores, este projeto de teatro e de fotografia vai colocando o dedo na ferida de um problema que a política e os políticos não resolvem, não têm resolvido. Nenhum. O secretário, a tesoureira, o vereador, o presidente, a primeira-ministra, a casa da democracia… Ninguém. Não é fácil ser poeta em tempo de prosa, mas gostei do murro, dos murros no estômago que levei, que levamos ao longo de 75 minutos: deixem legislar os poetas; quem não casa também quer casa; a casa lar; desejo despejo; camas quentes … Que belo olhar artístico nos traz este Diário de uma República III, depois de no Diário de uma República I e Diário de uma Re...

A aventura da passagem de António Guterres pelo Sátão

  Corria o ano de 1995. Era ano de eleições legislativas, depois de Cavaco Silva ocupar a cadeira de primeiro-ministro há dez anos consecutivos. António Guterres, o secretário-geral do PS, para tomar o pulso ao país, decidiu organizar uma caravana que desse a volta a Portugal. Designada “Por uma nova maioria”, essa caravana era constituída por um autocarro onde se deslocava António Guterres, vários dirigentes socialistas e jornalistas dos diversos órgãos de comunicação social. Em cada distrito, a caravana era acompanhada por carros dos socialistas locais, que se lhe juntavam. No distrito de Viseu, o traçado, previamente elaborado, não integrava a passagem pelo concelho de Sátão. A caravana vinha de Lamego e Moimenta da Beira, passava por Vila Nova de Paiva e dirigia-se a Viseu onde haveria um almoço com os comerciantes, na Federação dos Vinhos. Os socialistas de Sátão, face à exclusão do seu concelho do itinerário, revoltaram-se e começaram a manifestar o seu descontentamento...

O povo falou. Resta aos democratas aceitar

  O povo falou. Resta aos democratas aceitar. Uma saudação à AD pela vitória e ao Chega pela subida inequívoca. À IL e ao Livre um elogio pelo seu desempenho eleitoral. Ao PS, o meu partido, resta saber interpretar os maus resultados que obteve com a certeza de que o eleitorado soberanamente decidiu. Pedro Nuno Santos, que daqui saúdo, já extraiu as suas ilações. Outros o façam. Uns para se posicionarem como candidatos, outros para perceberem que estes tempos são diferentes. A estratégia política para o próximo futuro (médio prazo), em minha opinião, deve “Deixar o Luís trabalhar”. O meu compromisso cívico e político continuará a ser com a liberdade, a democracia, a solidariedade e a responsabilidade social, a economia de mercado, o forte apoio ao interior (a bem do litoral, diga-se), a justiça fiscal… e tudo isto dentro dos valores do respeito pela dignidade humana. Acácio Pinto 19.03.2025

O Cardeal de Nepomuceno, um policial excessivamente intrincado

Conhecia o Nuno Nepomuceno das redes sociais e das inúmeras vezes que o algoritmo me mostrava os seus livros. E como “água mole em pedra dura tanto dá até que fura”, chegou o momento de ler uma das suas obras. O Cardeal . Trata-se de livro que vou considerar, dentro da ficção, como um policial, cheio de suspense e de mistério, escrito com reconhecida fluência por alguém que se percebe, desde o início, dominar eximiamente este tipo de escrita. É uma empolgante narrativa onde o autor vai libertando gradualmente diversos elementos e pormenores que visam prender o leitor relativamente a crimes que aconteceram em Cambridge e no Vaticano. Direi mesmo que o intrincado das causas dos crimes e as conexões estabelecidas entre eles são, em minha opinião, ilimitada e excessivamente criativas. Para quem gostar de policiais, de urdiduras complexas, de cenas com alguma dose de surrealismo, tem aqui uma obra para ler. TÍTULO: O Cardela AUTOR: Nuno Nepomuceno EDIÇÃO: Autor e Cultura Edit...

Qualidade de Ouro para a praia do Trabulo

  Foto: Letras e Conteúdos A praia do Trabulo foi mais uma vez distinguida com o galardão “Praia com Qualidade de Ouro 2025”. A distinção foi atribuída pela Quercus a 425 praias das quais 363 são costeiras e 48 são interiores. No distrito de Viseu, das cinco interiores que foram distinguidas uma é do concelho de Sátão, a praia fluvial do Trabulo, no rio Vouga.   As restantes são: A Praia da Carriça, em Oliveira de Frades; a Senhora da Ribeira, em Santa Comba Dão; a de São João do Monte, em Tondela; a de Segões, em Moimenta da Beira. Este galardão, “Praia com Qualidade de Ouro”, é atribuído anualmente pela Quercus e distingue a qualidade da água balnear das praias de portuguesas, com base, exclusivamente, em análises efetuadas nos laboratórios das diferentes Administrações Regionais Hidrográficas.

Maldito Minério: uma novela rural com volfrâmio à mistura

  Acabei de ler o livro maldito minério , de A. F. Caseiro Marques. Trata-se de uma novela passada em contexto marcadamente rural que nos transporta aos tempos da exploração de volfrâmio em Portugal. Aos tempos da febre do ouro negro. Era um livro que andava para ler desde que O Volframista ganhou o prémio literário cónego Albano Martins de Sousa em 2022, quando, nessa ocasião, um dos elementos do júri, Carlos Paixão , se referira a ele. É bem verdade que, não ocupando o volfrâmio o cerne da narrativa, ele serviu para que o autor nos trouxesse um sem fim de histórias de aldeias bem do interior Portugal. Distribuídas, principalmente, pelos concelhos de Aguiar da Beira, Trancoso, Celorico da Beira e Fornos de Algodres, o grosso da ficção está ancorado na aldeia de Carapito. O centro da narrativa desenvolve-se numa viagem de comboio que a personagem principal, Francisco, efetuou desde a estação de Celorico da Beira até Coimbra. E é exatamente durante esta viagem, numa carruagem...

Eucalipto de Contige imortalizado em livro

  EUCALIPTO DE CONTIGE – Árvore Portuguesa Do Ano 2023 é o título do livro escrito por Carlos Paixão que visa celebrar a árvore que há dois anos se sagrou vencedora do concurso de árvore nacional desse ano. Apresentada na associação de Contige, nesta sexta-feira, 9 de maio, dia em que se assinalam 914 anos do foral de Sátão, esta publicação foi editada pela Junta de Freguesia de Sátão. Neste livro, o autor traça na primeira parte o processo da candidatura e da eleição como árvore nacional e na segunda parte apresenta memórias / depoimentos de pessoas de, ou com ligações a, Contige sobre o eucalipto, desde a plantação, que remonta ao século XIX, até acontecimentos vários durante o século XX e atualidade. Recorde-se que o eucalipto de Contige foi considerada a maior árvore classificada de Portugal pela Universidade de Aveiro e foi candidata a Árvore Europeia do ano 2023 . Com esta edição ficamos com um livro que imortaliza o eucalipto de Contige e lega às gerações vindo...

Acácio Pinto apresentou O Volframista a alunos de Sátão

  Nesta quarta-feira, dia 7 de maio, Acácio Pinto efetuou duas sessões de apresentação do romance O Volframista na Biblioteca da Escola Secundária Frei Rosa Viterbo de Sátão, uma para alunos do 12.º ano e outra para alunos do 9.º ano. Enquadrada na programação da biblioteca, esta iniciativa contou com o apoio das professoras de História, Augusta Meireles e Conceição Lima, bem como da bibliotecária, a professora Céu Cunha. O autor começou por efetuar a contextualização política, social e económica de Portugal, nos anos 40 do século XX. Nessa época o nosso país foi assolado por uma intensa exploração de volfrâmio (ou tungsténio) cujo destino eram as indústrias de armamento alemã e britânica, os dois principais contendores da Segunda Guerra Mundial. Segundo Acácio Pinto, a trama do romance O Volframista desenrola-se neste contexto de grande procura de volfrâmio. E foi assim, no negócio do ouro negro, como era chamado, que a personagem principal enriqueceu rapidamente mas, frut...

A Festa dos “cantarinhos floridos” de Quiaios

  Bem sei que são mais conhecidos por “potes floridos”, mas gostei particularmente de lhe ter ouvido chamar “cantarinhos”. - Cantarinhos ou cantarinhas? – questionei, eu. - Cantarinhas é em Buarcos, aqui são os cantarinhos – disse-me a minha interlocutora, com a experiente certeza dos muitos anos já vividos. Foi, pois, no dia 1 de maio deste ano que fui surpreendido por uma deliciosa ‘manifestação’ de mulheres com cantarinhos floridos à cabeça, pelas ruas da vila de Quiaios. O ritmo, mais de marcha ou de valsa, era marcado pela tuna que acompanhava aquela arruada. Apreciei, mais de perto, pouco depois, todo aquele aparato no largo padre Costa e Silva. As mulheres, as crianças, os cantarinhos e os inúmeros cestos com flores. Os cantarinhos, o centro de todo aquele décor , ostentavam exteriormente arranjos florais sofisticadíssimos, quais vestes domingueiras feitas em segredo, brotando do seu interior flores diversas. E se os cravos dominavam, por lá também havia estrel...

Diz o Povo. Provérbios de maio

  Em Abril, queima o velho o carro e o carril e uma camba que guardou, ainda em Maio a queimou. Maio hortelão, muita palha e pouco grão. Maio pardo e ventoso faz o ano formoso. Em abril dorme o criado mandrião, e em maio dorme o criado e o patrão. Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira. Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.